As greves do funcionalismo da saúde do Nordeste denunciam o caos da saúde no país, exatamente quando o governo e o Congresso negociam a continuidade da CPMF.

Greves sacudiram estados como Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Ceará em defesa não só de melhorias salariais para os funcionários como da própria saúde pública.

Em Alagoas, diante das precárias condições de trabalho, a categoria resolveu, durante a greve, tomar uma solução drástica e desesperada: a demissão coletiva. Além disso, a Justiça anunciou que os grevistas teriam que pagar multa de R$ 100 por dia parado. Após 88 dias de greve, os médicos voltaram ao trabalho e aceitaram a proposta de reajuste parcelado de 39,3% em cinco vezes. Mas ainda reivindicam a suspensão das multas e demissões coletivas.

Na Paraíba, os profissionais do Programa Saúde da Família de João Pessoa iniciaram uma greve de advertência de 48 horas. Eles reivindicam melhoria nas infra-estruturas das 180 unidades na capital paraibana e isonomia salarial com os profissionais que trabalham em Campina Grande (130 km de João Pessoa).

Em Pernambuco, 134 médicos de emergências públicas se demitiram porque já não agüentam mais as péssimas condições de trabalho. Eles chegam a atender mais de 100 pacientes num único plantão e recebem péssimos salários. A resposta do governo de Eduardo Campos (PSB) foi entrar na justiça para tentar obrigar os médicos a trabalharem forçosamente. O juiz acatou o pedido liminar e determinou multa diária de R$ 1 mil reais para cada médico que pedir demissão.

A categoria suspendeu a greve depois de um recuo do governo, que foi obrigado a reajustar os salários em 35%, uma importante vitória.
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