Desde o dia 2 de setembro, os trabalhadores da saúde do município de São Gonçalo do Amarante (RN) estão de braços cruzados para defender seus direitos, salários e melhores condições de trabalho. É o que garante Vivaldo Júnior, um dos coordenadores do Núcleo do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (Sinsdaúde-RN) de São Gonçalo. São agentes de saúde e de endemias, auxiliares de serviços gerais, técnicos de enfermagem e laboratório, enfermeiros, dentistas, nutricionistas, bioquímicos, psicólogos e assistentes sociais.

De acordo com o coordenador, o prefeito Jaime Calado (PR) rejeitou, pela quarta vez, a pauta de reivindicações dos trabalhadores no último dia 3, afirmando que não poderia atendê-la em virtude da diminuição do repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), ocasionada pela crise econômica mundial. “O prefeito diz que não tem dinheiro, mas em julho aprovou uma reforma administrativa que criou vários cargos comissionados a um custo de R$ 500 mil por mês. Além disso, esses mesmos cargos comissionados receberam um reajuste de 100%”, afirma Vivaldo Júnior.

Ainda de acordo com o sindicato, por mês, apenas com cargos comissionados, o gabinete do prefeito gasta R$ 33.400. Já a Secretaria de Comunicação e a Secretaria de Saúde consomem, respectivamente, R$ 22 mil e R$ 52.600. “Um verdadeiro absurdo frente aos salários pagos aos agentes de saúde e de endemias, que recebem R$ 465”, denuncia Vivaldo. Na última audiência, ocorrida no dia 3, Jaime Calado ainda afirmou que se pudesse daria mais aumento aos cargos comissionados, e nenhum centavo para os servidores da saúde.

A pauta da greve da saúde reivindica reajuste de 22,4% na tabela do Plano de Cargos e Salários (PCS), atualização da gratificação de produtividade em 34% sobre o salário base, aquisição de equipamento de proteção individual, inclusão dos agentes de saúde no PCS e na gratificação de produtividade, além da realização de concurso público para todas as áreas da saúde. Os coordenadores também criticam a divisão do pagamento do 13º salário dos servidores em quatro parcelas, o que é inconstitucional.