Ônibus deixam São José dos Campos nesta quinta, dia 5, para Campinas, onde greve será julgadaA greve da REVAP chegou ao seu 20º dia em São José dos Campos (SP), no momento em que os condutores e vigilantes da cidade também cruzam seus braços. Os trabalhadores das obras da refinaria continuam mais firmes do que nunca. Nem mesmo sob a permanente chuva no dia 4 de junho os trabalhadores arredaram os pés. Os piquetes continuam fortes, resistindo à tentativa de intervenção da Polícia Militar. A adesão à greve chega a quase 100%, mesmo com algumas “baratas”, nome dado pelos trabalhadores aos pelegos, tentando entrar por baixo da porta da Petrobras.

Uma reunião de conciliação foi marcada pela Justiça para esta quinta-feira, dia 5 de junho, em Campinas (SP). A patronal buscou o dissídio para tentar terminar com o conflito. Neste momento, é extremamente necessária a pressão dos trabalhadores para garantir a vitória da greve. Vários ônibus sairão de São José dos Campos com destino a Campinas, levando centenas de pais e mães de famílias dispostos a permanecerem em greve caso seus direitos não sejam garantidos.

“Somos todos Conlutas!”
A presença da CUT na greve continua sendo visivelmente desagradável aos trabalhadores. Depois de ter sido expulsa a pedradas pelos grevistas logo no início da greve, a pelegada cutista tenta se reabilitar moralmente frente ao movimento. O presidente do Sindicato da Construção Civil, que não nutre pelos trabalhadores melhores sentimentos que os trabalhadores por ele, no início havia afirmado na imprensa que “não tinha nada a ver com a greve”. Agora, tenta se reaproximar do movimento, tendo que engolir a direção inquestionável da Conlutas no processo.

Os trabalhadores tapam o nariz, mas sabem que neste momento precisam tolerar a presença da burocracia cutista nas mesas de negociações. Como afirmou o cipeiro Jakson, “a CUT pode até estar no prédio, mas quem manda no terreno é o comando de greve. E o comando foi eleito pelos trabalhadores. O comando é a Conlutas na mesa de negociação. Por isso nós todos somos a Conlutas”.

O fiasco da terceirização
A greve da Revap tem confirmado a tragédia da política de terceirização adotada pelo governo Lula na Petrobras. Enquanto a exploração é cada vez mais selvagem, os direitos são cada vez mais desprezados pelo governo e empreiteiras.

Uma parte dos problemas poderia ser resolvida com a abertura imediata e massiva de novas vagas na Petrobras e a absorção dos terceirizados no quadro de funcionários da estatal. Mas a terceirização de Lula segue a linha de criação de “escravos modernos”, sem outro direito que o de serem explorados. O que os trabalhadores da Revap estão demonstrando, seguidos agora pelos terceirizados da Petrobras de Paulínia (SP), é que tudo tem um limite.

A luta da REVAP também é pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários e direitos e sem banco de horas. Os trabalhadores já votaram por unanimidade a luta por essa bandeira, somando-se à campanha nacional da Conlutas, e fizeram o maior ato do país no dia 28 de junho, em São José dos Campos.

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