Os operários, que recebem o apoio da Conlutas, exigem a reintegração de todos os demitidos. Na semana passada, as empresas concessionárias da Revap demitiram membros da Comissão Representativa e, pelo menos, mais 350 trabalhadores.

A truculência da Petrobras chegou ao extremo no último dia 10, quando a direção da empresa autorizou a invasão da unidade pela da Tropa de Choque para reprimir a mobilização dos trabalhadores.

Dezenas de militares invadiram a refinaria, munidos de bombas de efeito moral, gás pimenta e balas de borracha, e agiram com violência contra os grevistas, que faziam uma manifestação pacífica, nos canteiros de obra, desde as 7h.

O confronto deixou dois trabalhadores feridos. Mas o estrago poderia ter sido muito pior, já que os trabalhadores ficaram encurralados e muito assustados com o episódio.

A irresponsabilidade da empresa, que mantém um locaute (paralisação de patrão), continua repercutindo na cidade.

Reivindicações
No Rio de Janeiro, os trabalhadores da Revap se unem à manifestação dos petroleiros em greve.

Os trabalhadores do Vale do Paraíba querem uma reunião emergencial para negociar com a direção da Petrobras a situação da unidade de São José dos Campos.

Na pauta de reivindicações está a readmissão de todos os dispensados na última semana, respeito aos direitos trabalhistas e de organização e a demissão dos diretores da Petrobras que autorizaram covardemente a invasão da Tropa de Choque nas dependências da Revap.

Outro pedido dos trabalhadores é que a Petrobras assuma definitivamente o controle das obras de ampliação da refinaria.

“Atualmente os trabalhadores terceirizados são submetidos a todos os tipos de abusos por parte das empresas concessionárias, e a Petrobras se utiliza desta mão-de-obra precarizada para obter mais lucros”, afirmou José Donizete de Almeida, representante da Conlutas e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.

“Essa situação não pode persistir e a direção da Petrobras precisa se responsabilizar pelas arbitrariedades de suas concessionárias”, acrescentou Donizete, que acompanha a caravana de trabalhadores ao Rio de Janeiro.

Na última quarta, dia 16, houve um protesto dos trabalhadores da Revap e da Avibras (outra empresa que está demitindo), contra a onda de cortes na região, em frente ao Paço Municipal, em São José dos Campos.