Campanha de solidariedade classista, realizada pela Conlutas, arrecada dinheiro para doar aos trabalhadores do HaitiA campanha realizada pela Conlutas, em solidariedade aos companheiros que lutam contra a ocupação militar no Haiti e contra a tragédia do terremoto recente, arrecadou R$ 1.111 na Refinaria de Paulínia (Replan), região de Campinas (SP). A arrecadação foi realizada pelos militantes do Base-Conlutas, oposição à atual diretoria do sindicato.

A Replan é a maior refinaria da Petrobras, onde a campanha teve o apoio massivo dos trabalhadores terceirizados, que não hesitaram em colaborar com o Batalha Operária, organização que luta contra a ocupação militar do país mais miserável das Américas. A situação da população haitiana só piorou após o terremoto que matou mais de 200 mil pessoas, fato que serviu de pretexto para o aumento da ocupação militar até então liderada pelo Brasil. Só os EUA mandaram 10 mil soldados, além dos 6 mil de vários países que já estavam naquele país.

A campanha de arrecadação aconteceu junto com o debate com os trabalhadores sobre os reais objetivos da ocupação militar. Muitos desconheciam o verdadeiro papel desempenhado pela Minustah na repressão aos trabalhadores e movimentos sociais que lutam contra a ocupação militar. Um trabalhador que contribuiu para a campanha afirmou: “Fiquei com a sensação de dever cumprido com os companheiros haitianos, a minha contribuição foi pouca, mas, mesmo assim, eu fiz a minha parte. Acho que eles não precisam da política de outros países para se organizarem, eles podem se auto-organizarem sem a repressão do exército de outro países”.

Enquanto isso, o governo Lula envia mais soldados para aumentar a repressão à população haitiana sob a fachada de ajuda humanitária. Mas o que os haitianos mais precisam é de remédios, médicos e de liberdade para se organizarem e reconstruírem o país mais explorado das Américas. Solidariedade sim, ocupação militar não!

*Adamec Seccoli é petroleiro da Refinaria de Paulínia