Nesta quinta-feira, 8, os trabalhadores da educação estadual de Minas Gerais, em assembleia, decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, em contrariedade à proposta do governador Aécio Neves (PSDB). O governo ofereceu aumento de 10% sobre o vencimento básico.

Os trabalhadores recebem um dos mais baixos salários do país. O vencimento básico para o professor varia entre R$ 330 e R$ 550, chegando a uma remuneração final de R$ 850. O reajuste oferecido pelo governo incidiria somente sobre o vencimento básico. Os trabalhadores também reivindicam melhores condições de trabalho e saúde.

Após a assembleia, ocorreu um grande ato com cerca de 5 mil trabalhadores pelas ruas de BH até a Praça Sete, denunciando a política de Aécio. Por onde a coluna passava, vinha dos prédios uma chuva de papel picado saudando o ato, que foi animando por uma banda composta por trabalhadores em educação da cidade de Ituiutaba.

Na praça sete, os professores da rede municipal de Belo Horizonte, em greve há 22 dias, juntaram-se ao ato, mostrando que o caminho para a vitória dos trabalhadores é a unificação das lutas. Na região metropolitana de BH, a cidade de Ribeirão das Neves também está em greve. Nesta sexta, 9, Betim também pode ter sua greve deflagrada.

A Conlutas e o PSTU estiveram presentes à assembleia e ao ato, dizendo que Aécio e, agora Antônio Anastásia, vice de Aécio que assumiu o governo, sucateiam a educação e a saúde enquanto os grandes empresários lucram.

O Piso Salarial Nacional, oferecido por Lula e Dilma para os professores, não é uma conquista. O PSPN é para uma jornada de 40 horas semanais. Para as outras jornadas de trabalho, o valor é proporcional. Isto significa que Minas, que tem uma jornada de 24 horas semanais, teria um piso de R$ 570. Pior que isso, o PSPN somente abarca o magistério ficando de fora os auxiliares de serviços gerais, servidores da secretaria e da biblioteca. É preciso exigir do governo de Minas um piso de R$ 1.312 para 24 horas imediatamente, rumo ao piso indicado pelo Dieese.

É fundamental que o sindicato mobilize toda a categoria e que possamos fazer atos cada vez maiores. Porém, infelizmente, o sindicato hoje dirigido pela CUT votou que o comando de greve será composto pela direção do sindicato e pelos membros do conselho geral com somente um representante de base de cada comando local. O comando deveria ser composto pelos trabalhadores de base da categoria que estão no dia-a-dia da greve.