A categoria decidiu manter a mobilização mesmo diante da sinalização da gerência da empresa em só negociar após o 2º turno das eleiçõesOs trabalhadores das unidades da Petrobras nos estados de Sergipe e Alagoas resolveram paralisar suas atividades nesta quarta-feira, dia 18, em função da indicação da gerência de Recursos Humanos de somente negociar a pauta de reivindicações após o segundo turno das eleições.

A decisão foi tomada nas assembléias realizadas pelo do Sindipetro AL/SE nesta segunda e terça-feira, no Ativo de Carmópolis, na Fafen, no Pólo de Atalaia/TECARMO, na sede da Rua Acre, em Sergipe, e em Alagoas nas bases de Pilar, São Miguel-Furado, Transpetro e Sonda 109.

Os petroleiros, que desde o dia 1º de setembro protocolaram uma pauta reivindicatória na sede da empresa, no Rio de Janeiro, e estão há mais de 45 dias sem resposta, reivindicam 10,3% de reajuste, recuperação das perdas salariais acumuladas desde 1994, piso salarial de R$ 751 para os terceirizados, reabertura do Plano de Previdência Complementar de Benefício Definido fechado ilegalmente pela Petrobras, isonomia entre novos, aposentados e antigos trabalhadores.

REPRESSÃO
Durante os tempos da ditadura getulista, a sigla “DIP” era sinônimo de censura e repressão à imprensa. O Departamento de Imprensa e Propaganda tinha por função intervir e controlar os meios de comunicação. Hoje, na Petrobras, o DIP – Documento Interno do Sistema Petrobras -, de cunho confidencial, tem sido utilizado para advertir por escrito os trabalhadores da empresa que participam de assembléia.

Um trabalhador, cuja identidade convém resguardar, recebeu uma advertência assinada pelo gerente setorial de Oficina de Manutenção, Rubens Siquieroli Junior. Segundo a companhia, o trabalhador teria cometido “ato de insubordinação por participar (…) de assembléia sindical dentro das instalações da empresa e durante horário de trabalho”. A assessoria jurídica do sindicato estuda providências para coibir tal medida.

MESMO COM INTERDITO, ACAMPAMENTO CONTINUA
Após terem sido notificados a pedido da gerência da UN-SEAL, os trabalhadores demitidos e anistiados continuam resistindo e mantendo o acampamento em exigência do cumprimento da lei de Anistia (10.790). Este também é um dos pontos da campanha reivindicatória dos petroleiros, que além de reclamar o cumprimento da lei 10.790, exige o pagamento dos reflexos da greve de 1995.