Empresa propôs ataques para abrir vagas; trabalhadores votam contra redução de salários e direitosEm assembléia realizada na manhã desta quarta-feira, dia 23, cerca de 5.000 trabalhadores do primeiro turno da GM rejeitaram, por unanimidade, a proposta da empresa de redução de salários e direitos como condição para abrir 600 vagas na fábrica.

A proposta foi apresenta pela direção da GM em reunião realizada com o Sindicato nesta terça-feira, dia 22. Logo após a reunião, o Sindicato realizou assembléias com os trabalhadores do segundo turno, que também votaram contra a proposta.

Com as assembléias realizadas ontem e hoje, cerca de 8.000 metalúrgicos já votou nas assembléias, o que representa 90% da fábrica.

“Os trabalhadores votaram contra o banco de horas e redução de salários e votaram ser favorável às contratações, mas na forma como é feita hoje”, afirmou o dirigente sindical Vivaldo Moreira Araújo.

Na reunião realizada com o Sindicato, a empresa afirmou que pode fazer as contratações em São José, São Caetano, Gravataí ou em Rosário (Argentina).

A proposta da GM é contratar por prazo determinado e implantar Banco de Horas na fábrica, com a jornada variando de 32 horas a 48 horas, reduzir o piso salarial, congelar salários e padronizar a jornada 6×1 para todo o 3º turno.

Tal proposta apresentada pela empresa foi considerada inaceitável pelo Sindicato.

Principalmente, porque no ano passado as montadoras tiveram produção, vendas e lucros recordes. Para 2008, a previsão é de ter crescimento ainda maior. Assim, nada justifica esta proposta da empresa, e mostra que ela quer apenas aumentar seus lucros às custas da exploração dos trabalhadores.

“Os trabalhadores estão indignados com mais este ataque da GM. Até mesmo porque aqui em São José há todas as condições para as contratações, afinal, a empresa está com capacidade produtiva ociosa, com o 2º turno do MVA fechado, enquanto os trabalhadores estão fazendo horas extras em excesso. Portanto, é possível contratar, sem reduzir direitos”, disse Vivaldo.

As negociações com a empresa continuam. O Sindicato vai informar à GM que os trabalhadores querem os novos empregos, mas sem precarização, sem redução de salários e de direitos.