Sindicato dos Metalúrgicos coloca a campanha em defesa dos direitos na rua e distribui carta aberta à populaçãoOs metalúrgicos da General Motors (GM) de São José dos Campos (SP) deram o exemplo e disseram “não” à chantagem da empresa de rebaixar salários e impor o banco de horas em troca de 600 novos empregos. Agora, a luta deixa a fábrica e ganha as ruas da cidade. Para se contrapor à enorme campanha da mídia, da burguesia e do governo, que se uniram à multinacional contra os trabalhadores, o sindicato dos metalúrgicos inicia uma ampla campanha de conscientização da população.

A entidade lançou uma carta aberta à população da cidade. “Queremos mais empregos, sem redução de direitos e rebaixamento salarial”, a manchete da carta, resume a posição do sindicato e dos metalúrgicos. O objetivo é desmentir a campanha da elite, que afirma que os metalúrgicos são contra os novos empregos na cidade.

Resistência
“Todos aqueles que hoje se aliam para defender a GM, o fazem também para defender seus interesses. Afinal, os empresários sabem que se os trabalhadores da GM cederem, eles também poderão rebaixar as condições de vida de todos os trabalhadores da cidade, sejam eles químicos, têxteis, comerciários, frentistas, etc. A Prefeitura também poderá atacar ainda mais os direitos dos servidores públicos municipais”, afirma a carta.

O material explica ainda que, no ano de 2007, as montadoras tiveram lucros recordes, vendendo 2,3 milhões de carros, com expectativa de crescimento para este ano. “As exportações da GM do Brasil em 2005 representaram o recorde de US$ 1,6 bilhão”, afirma o sindicato. Mesmo assim, querem atacar os direitos dos trabalhadores.

A campanha também explica à população que o rebaixamento salarial não traz mais prosperidade à região, uma vez que representa, na prática, uma pressão para o achatamento salarial de outras categorias. Outro argumento rebatido é que a prefeitura deixará de arrecadar R$ 2 milhões em impostos com a não-implementação das novas vagas. No entanto, a prefeitura ofereceu toda sorte de isenção para a multinacional. Ou seja, a única que ganharia com essa história é a própria GM.

Uma proposta dos trabalhadores
Os metalúrgicos não fazem apenas críticas aos ataques da empresa, mas colocam propostas concretas para ter mais empregos. Propõem, para aumentar os postos de trabalho, a redução da jornada de trabalho sem redução dos salários. “Os trabalhadores tem propostas alternativas para combater o desemprego: é só diminuir um pouco os lucros e a ganância das empresas para aumentar o emprego”, afirma a carta.

Agora, a luta assume as ruas e se intensifica também nas outras unidades da GM no país e no mundo.

  • Envie mensagens de solidariedade à luta dos metalúrgicos da GM de São José dos Campos para [email protected]
  • Leia a carta aberta dos metalúrgicos de São José dos Campos

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