Após acordo salarial, trabalhadores vão fortalecer campanha em defesa do empregoNa semana passada foi encerrada a campanha salarial dos trabalhadores da GM. Foi conquistado um aumento de 8,24% (5,39% de reposição e 2,7% de aumento real), mais um abono de R$ 3.250, inclusive para os 925 trabalhadores em lay-off. Agora, sindicato e empresa deverão retomar as negociações sobre as demissões, investimentos e o futuro da planta de São José dos Campos.
No dia 23 de agosto, a GM apresentou uma proposta com 17 pontos com o objetivo de retirar direitos, sem nenhuma garantia de emprego e investimentos. O sindicato decidiu acelerar os preparativos para lançar uma campanha nacional em defesa dos empregos.

Até o momento, em São José, foram realizadas duas assembleias com os companheiros em lay-off e reuniões com sindicatos da região para articular a campanha. No desfile do dia 7 de setembro – exatamente um mês após a aprovação do acordo que suspendeu as 1.840 demissões na GM – foi realizado um protesto, que teve a participação de vários sindicatos da região. Uma faixa denunciava: “IPI reduzido, emprego perdido”, numa crítica às isenções fiscais dadas pelo governo às montadoras e, pior, sem garantia efetiva dos empregos.

O governo acabava de anunciar um novo pacote de medidas de ajuda à indústria. A redução do IPI foi prorrogada por mais dois meses, até 31 de outubro. Além disso, os empréstimos do BNDES terão um custo ainda mais reduzido. Com as medidas anunciadas, o governo deixará de arrecadar mais R$ 5,5 bilhões, sendo R$ 1,6 bilhões em 2012. Só a redução do IPI vai custar em torno de R$ 800 milhões ao país.

Intensificar a campanha
O sindicato vai intensificar a campanha em defesa do emprego, cobrando dos governos federal, estadual e municipal medidas imediatas e efetivas em defesa dos trabalhadores.

Será lançado um jornal do Comitê em Defesa do Emprego, formado por sindicatos da região. O jornal vai denunciar as concessões fiscais às montadoras, os altos preços dos carros vendidos e os vultosos lucros das montadoras, além da política da GM de ampliar as importações. Em 2011, a empresa importou quase 90 mil carros, deixando de gerar três mil postos de trabalho no Brasil. Agora, quer aumentar ainda mais a importação, demitindo mais dois mil trabalhadores.

Caravana vai à Brasília
No próximo dia 25 de setembro, um grupo de trabalhadores da GM vai à Brasília exigir que governo Dilma proíba as demissões, por meio de uma medida provisória. Como ressaltou o Presidente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, “queremos que Dilma intervenha diretamente proibindo as demissões na GM, garantindo a manutenção dos postos de trabalho e o funcionamento pleno do MVA”.

Audiência no Senado
No dia 16 de outubro, a pedido da CSP-Conlutas junto à Comissão de Direitos Humanos, vai ocorrer uma audiência pública no Senado sobre a ameaça de demissões na GM e nas demais montadoras. Foram convidados o governo federal, a CSP-Conlutas, o Sindicato e a GM.

A proposta é engrossar a campanha chamando outros sindicatos do setor que também estão sofrendo ameaças ou demissões em suas bases, como é o caso da Mercedez de São Bernardo do Campo (SP).
Post author Felix Mann, de São José dos Campos (SP)
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