Metalúrgicos ocupam a Via Dutra nesse dia 22

Metalúrgicos exigem que presidente Dilma tome medidas contra demissõesOs trabalhadores da General Motors de São José dos Campos entraram em greve, nesta terça-feira, dia 22, e ocuparam a Rodovia Presidente Dutra, como forma de pressionar o Governo Federal a proibir as 1.598 demissões programadas pela montadora.

A ocupação da Via Dutra aconteceu, no km 141, nos dois sentidos, em frente à fábrica da GM, das 6h30 às 7h30. Pneus foram queimados para interromper o trânsito e os trabalhadores tomaram a rodovia, com faixas e cartazes. Uma das faixas trazia a frase “Dilma, proíba as demissões na GM”. Cerca de 4,5 mil trabalhadores participaram da manifestação.

Após a ocupação, os metalúrgicos foram para suas casas, dando início à greve de 24 horas. A GM de São José dos Campos possui 7.500 trabalhadores. A produção está 100% parada e a fábrica deixará de produzir 480 veículos (modelos S10, Classic e Blazer) e 2.400 motores e transmissões durante a greve.

Os metalúrgicos estão em luta em defesa do emprego e reivindicam que a presidente Dilma Rousseff assine uma medida provisória proibindo que empresas beneficiadas por incentivos fiscais, como é o caso da GM, realizem demissões.

Última rodada de negociação
Os trabalhadores entram em greve um dia antes da última rodada de negociação entre GM e Sindicato dos Metalúrgicos, que acontece amanhã, a partir das 9h, na sede do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.

No encontro, o Sindicato tentará chegar a um acordo com a montadora para que sejam preservados todos os postos de trabalho. Caso não cheguem a um acordo, a negociação poderá ser estendida para o dia 26, último dia do acordo.

No dia 4 de agosto, a GM anunciou que fechará o setor MVA (Montagem de Veículos Automotores) da fábrica de São José dos Campos e que demitiria 1.840 trabalhadores. Um acordo aprovado em agosto pelos metalúrgicos suspendeu a medida até o dia 26 de janeiro.

Desde então, mais de 300 funcionários já aderiram ao Programa de Demissão Voluntária (PDV) aberto pela empresa. Outros 779 estão em lay-off (suspensão de contrato de trabalho).

Diversas rodadas de negociação já aconteceram, mas a GM continua com o propósito de demitir. A montadora chegou a apresentar uma proposta com 17 pontos para redução de direitos, mas não deu qualquer garantia de manutenção dos empregos.

Como forma de evitar as demissões, o Sindicato propõe, por exemplo, que seja mantida a produção do modelo Classic em São José dos Campos e que carros que hoje são importados passem a ser produzidos no Brasil. O Sindicato também concorda em discutir um novo acordo trabalhista, desde que haja garantia de empregos e investimentos.

Manifestação antecipada
A manifestação de hoje estava prevista para ocorrer, na verdade, amanhã, dia 23, mas o Sindicato decidiu antecipar.

“Não podemos esperar o dia de amanhã. Queremos que esta manifestação ecoe em Brasília e que a presidente Dilma se some à luta dos metalúrgicos”, afirma o presidente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros.

Amanhã, é o Dia de Ação Global contra Ataques da GM, que acontece em oito países: Brasil, Estados Unidos, Argentina, Alemanha, Colômbia, Espanha, França e Itália. A manifestação de hoje em São José dos Campos faz parte das atividades.

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