Trabalhadores da Nassau paralisam atividades

Empresa recusa-se a atender as reivindicações dos trabalhadores apesar do aumento do lucro e da produção

Os trabalhadores da fábrica de cimento Nassau, localizada no munícipio de Nossa Senhora do Socorro, na região metropolitana de Aracaju (SE), realizaram assembleia nesta quarta-feira (19) e decidiram paralisar suas atividades. A categoria está em campanha salarial há cinco meses e a empresa não avança nas negociações.
 
“A proposta da Itaguassu/Nassau é uma vergonha. Uma afronta aos trabalhadores. 6,56% de reajuste para quem ganha até R$ 3.200,00 e 5,5% para quem ganha mais que isso. Esse percentual não repõe nem as perdas inflacionárias. Além disso, a empresa quer reduzir a PLR de 100% do salário base para 90%. Com essa proposta, os trabalhadores não teriam ganha real nenhum, além disso, teriam perdas salariais”, afirma Djenal Prado, diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Cimento, Cal, Gesso e Cerâmica de Sergipe (Sindicagese), filiado à CSP-Conlutas. De acordo com Djenal Prado, os trabalhadores reivindicam reajuste de 7% para todas as faixas salarias e a manutenção da PLR de 100% do salário base.
 
Deyvis Barros, representante da CSP Conlutas, destacou que a proposta da Nassau vai na contramão da produção de cimento e dos lucros obtidos pelas empresas do setor. “A produção de cimento em Sergipe cresceu 87% nos últimos 10 anos. Ano passado, Sergipe foi o maior produtor de cimento do nordeste e o quinto maior do país. Toda essa produção e o lucro dos empresários do setor saíram das mãos de homens e mulheres que trabalham todos os dias nas fábricas. Não é justo que agora eles queiram rebaixar os salários, desrespeitando os direitos trabalhistas. Os trabalhadores não tem alternativa a não ser lutar, fazer greve”.
 
 
PSTU na greve
O PSTU está presente na greve com seus militantes que atuam na categoria e com militantes de outros setores que foram à assembleia dos trabalhadores da Nassau levar solidariedade e apoio à greve. Vera Lúcia, presidente estadual do PSTU/SE, falou em nome do partido na assembleia.
 
“As empresas de cimento batem recordes de lucro todos os anos. Enquanto isso, os trabalhadores recebem salários rebaixados, a terceirização aumenta dentro das fábricas e piora cada vez mais as condições de trabalho. Somente a união, a organização e a luta pode forçar a empresa avançar nas negociações. Vocês estão no caminho certo. Podem contar com o apoio do PSTU. Estaremos sempre aqui, como sempre estivemos, lado a lado com vocês”, disse Vera Lúcia.