<í>De volta da Europa, os dirigentes sindicais Rogério Romancini
e Luiz Carlos, o Biro-Biro, concederam uma entrevista ao Opinião, em que contam como foram a viagem e as atividades.

De que reuniões vocês participaram, em quais cidades?

Rogério – Participamos do V Conselho de Trabalhadores da Indústria Automobilística, em Sttugart, Alemanha, com trabalhadores de 14 plantas da Volks, Porsche e Audi, e metalúrgicos de outras empresas de 17 paises diferentes. Também nos reunimos com trabalhadores da Volks nas cidades alemãs de Braunschweig e Hannover. Realizamos uma apresentação sobre as condições de trabalho na Volks do Brasil e nossas lutas. Os trabalhadores e delegados da empresa assinaram listas pela readmissão e petições à central de Wolksburg.

Há perspectiva de manter ações em comum com os trabalhadores europeus?

Biro-Biro – Sim. Os companheiros querem vir ao Brasil no ano que vem para o congresso da Conlutas. Manteremos contato para lutas em comum e troca de informações.

Qual é a situação dos trabalhadores das fábricas da Europa?

Rogério- Hoje há muita redução de direitos e aumento do ritmo de produção. Só em Hannover, no ano passado foram eliminados 1,5 mil postos de trabalho. Quase igual ao Brasil. São os planos de retirada de direitos dos governos e da patronal

O que é o conselho e quais são as principais discussões?

Biro-Biro – As principais discussões foram sobre os planos patronais de demissões e retirada de direitos e as formas de resistência unitária. O conselho é uma organização de trabalhadores de diversos países, todos do ramo automotivo, em Sttugart. Este ano participaram 17 países.

Rogério –Estiveram no conselho 550 trabalhadoras e trabalhadores de diversas partes da Alemanha e 50 convidados internacionais.

Os europeus conhecem a Conlutas? Houve alguma repercussão das mobilizações do dia 23 por lá?

Biro-Biro – Eles não conheciam, mas ficaram admirados com o dia 23. Eles se solidarizam com os trabalhadores brasileiros contra os ataques do governo e da patronal. Vamos manter contato para desenvolver campanhas comuns e trabalhar pela vinda de uma grande delegação alemã ao próximo congresso da Conlutas.

Sobre as demissões no Brasil, o Rogério teve a readmissão ordenada pela Justiça. A Volks recorreu da sentença?

Rogério – A Volks entrou na Justiça com um embargo declaratório, uma medida para ganhar tempo, mas ainda não entrou com recurso para cassar a sentença. A Justiça não aceitou nenhum pedido solicitado pela Volks, enquanto nossos advogados entraram com uma petição exigindo o cumprimento da sentença.

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