Foi em dia de final da Copa do Brasil que trabalhadores da Embraer, demonstraram mais uma vez a sua força, entrando em campo para mais um decisivo jogo contra o capital. Os trabalhadores atenderam à convocação do sindicato para uma assembleia de grande importância. Em pauta, estavam quatro pontos de fundamental importância aos trabalhadores.

Tradicionalmente, os trabalhadores da Embraer folgam nos dias úteis entre Natal e Ano Novo, compensando esses dias em outro momento. Em 2009, de maneira arbitrária, a Embraer quer impor que se trabalhe nesses dias. Os operários querem descansar com suas famílias no final do ano, como acontece na maioria das empresas da região.

Os trabalhadores votaram, também, uma proposta de mudanças na forma de pagamento da PLR e a mudança da data-base de novembro para setembro, unificando a data com outras importantes fábricas e setores do estado, que começam já neste mês a campanha salarial.

A Embraer tem anunciado novos contratos, inclusive financiados quase integralmente com dinheiro público via BNDS. A sua situação financeira é saudável e prevê lucro no segundo trimestre. Em entrevista ao portal da revista Exame, o presidente da Embraer teve a cara de pau de dizer que a empresa fechou com prejuízo no primeiro semestre por conta das despesas e encargos com as mais de 4 mil demissões.

Por fim, para resistir frente às constantes ameaças de demissões na fábrica, os trabalhadores votaram por unanimidade a proposta de dois anos de estabilidade para todos os trabalhadores da Embraer. A reivindicação é uma resposta a fortes rumores de que a Embraer planeja fazer nova demissão em massa, dessa vez em torno de 2 mil trabalhadores. Essa situação é como um revólver encostado diariamente na cabeça do operário.

Os trabalhadores deram o recado à altura e responderam com uma importante assembleia, repetindo o feito dos trabalhadores da Embraer da unidade Eugenio de Melo, também em São José dos Campos, que realizaram assembleia no dia 18 de junho.

No fechamento, foi informado aos trabalhadores as batalhas judiciais que o sindicato tem encapado contra as abusivas demissões feitas em fevereiro. Também foi pautada a exigência ao presidente Lula para que passe de sua suposta indignação a medidas efetivas, exigindo da Embraer a reintegração de todos os operários demitidos e seguindo a reivindicação da assembleia dos trabalhadores da Embraer. Eles querem que Lula edite uma medida provisória que garanta dois anos de estabilidade a todos os trabalhadores do país.

*Herbert Claros é funcionário da Embraer e vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.