Em assembleia realizada hoje pela manhã, trabalhadores da Embraer em São José dos Campos (SP) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. Entre as reivindicações da categoria está o aumento real dos salários, manutenção de direitos do acordo coletivo e estabilidade no emprego.

ENTENDA: Como a venda da Embraer afeta o país

A empresa vem tentando acabar com a cláusula que garante estabilidade no emprego para os lesionados e para novos contratados, além de pressionar para que no acordo coletivo conste a possibilidade de “terceirização em situações extraordinárias”. A medida não passa de uma armadilha para precarização do trabalho e rebaixamento de salários. Além disso ameaça o próprio direito de greve e de negociação dos trabalhadores dando margem para contratação de terceirizados para furarem a greve.

Para Carlos Prates, o “Mancha”, é preciso que a luta se unifique em outras plantas e com outras categorias que também enfrentam ataques da patronal e do governo Bolsonaro. “Ele está nos EUA depois de deixar queimar a Amazônia tentar fazer demagogia na cúpula do Clima. Lá também os trabalhadores da GM estão em greve! Para garantir seus direitos os trabalhadores devem lutar pela reestatização da Empresa. É hora de unificar as lutas com outras categorias em luta, como os petroleiros ou Correios, em campanha contra as privatizações. As plantas da Embraer de Araraquara e Botucatu dirigidas pela CUT e Força Sindical deveriam parar também. Agora é hora! Todo apoio aos trabalhadores da Embraer”

Fim da soberania
Não é de hoje que a Embraer está na mira das privatizações. Os trabalhadores de São José dos Campos estão, desde o ano passado, em campanha contra a entrega da empresa nacional para a Boeing, dos Estados Unidos. Em dezembro a negociação chegou a ser suspensa pela Justiça.

Isso porque o projeto Bolsonaro-Mourão-Guedes é a completa submissão do país aos interesses do imperialismo, fazendo-nos regredir a simples colônia. Na lista de privatizações de Guedes estão ainda os Correios, parte da Petrobras, Eletrobras, EBC e outras. Além disso, querem também entregar a Amazônia para o agronegócio e transformá-la em pasto, daí as queimadas criminosas na região desde o começo do ano.

A luta dos trabalhadores da Embraer é parte da luta contra o projeto de Bolsonaro-Mourão e Guedes de recolonização do país. Mas para derrotá-lo é preciso unidade. Como afirmamos em nosso último Editorial: “É necessário e possível unir batalhões pesados da classe trabalhadora, como petroleiros, trabalhadores dos Correios e das universidades, aglutinar parte de metalúrgicos em campanhas salariais, além de unir indígenas, quilombolas e outros setores. Uma greve unificada e ações de rua podem botar esse governo nas cordas e impedir a privatização da Petrobras e dos Correios e salvar as universidades“.