Categoria comemora a ruptura
Gleidson Santos

Entre os dias 9 e 11 de dezembro de 2007, ocorreu em Belém (PA) o XVIII Congresso Estadual dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará. O evento foi o maior de toda a história do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), com cerca de 1.800 delegados credenciados.

O congresso foi polarizado do início ao fim pela Alternativa Conlutas, representada pela “Tese 6” que defendeu a necessidade de um programa que pudesse armar a luta dos trabalhadores da educação contra os ataques do governo Lula e da governadora Ana Júlia, responsabilizados publicamente pela Conlutas pela conivência com o caso de violência ocorrido com uma jovem de 15 anos em Abaetetuba e pela repressão orquestrada pela Polícia Federal e Estadual contras os trabalhadores rurais no município de Conceição do Araguaia, com mais de 25 presos.

O Sintepp é um dos maiores sindicatos do Norte do país e já nasceu filiado à CUT. Por isso, sua desfiliação representou uma mudança de qualidade na construção de uma direção sindical para todo o estado. Por esse motivo, a CUT utilizou todos os meios para garantir a manutenção na central, distribuindo camisas e fazendo todas as manobras possíveis para evitar sua derrota.

Porém durante o debate os delegados responderam positivamente e votaram pela ruptura com a CUT por 416 votos favor e 299 contrários, com 29 abstenções, motivando os delegados a gritarem a palavra de ordem “Contra a reforma neoliberal / unir Conlutas e Intersindical”.

A Conlutas teve um papel destacado no congresso. Vários delegados do interior solicitaram sua presença nos municípios com o objetivo de garantir sua organização. Essa nova direção se afirmou também como alternativa à direção do sindicato, que teve seu balanço reprovado durante o congresso e por pouco não teve de reabrir a subsede Belém, fechada durante a gestão do ex-prefeito Edmilson Rodrigues (PT).

Os trabalhadores em educação do Amapá também deram um passo importante, pois aprovaram em seu congresso, em novembro, abrir a discussão na base sobre a relação do sindicato com a CUT. O próximo passo é organizar a Conlutas e a Oposição ao Sintepp em todo o Estado e conseqüentemente no norte do país, constituindo uma direção, de luta, democrática, classista e socialista rumo a uma nova central que incorpore tanto a Conlutas quanto a Intersindical.