Sindicato alia-se ao governo para tentar retirar conquistasOs trabalhadores em educação do Estado do Piauí há mais de um ano resistem contra a retirada de direitos. O governador Wellington Dias (PT) apresentou uma proposta de Plano de Cargos e Salários (PCCS) que põe fim a todas as vantagens – regência de 40%, mudança de nível, progressão e adicional por tempo de serviço. Esses são os principais mecanismos de promoção contidos no Estatuto do Magistério, na lei 4212/89. Esse Estatuto foi conquistado no final da década de 1980, através de uma ampla mobilização da categoria. Agora aqueles que conduziram aquela mobilização, Articulação Sindical, do PT, à frente do governo e do aparelho de Estado, propõem acabar com as conquistas.

Há cerca de um ano a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (SINTE-PI) e a CUT tentam empurrar goela abaixo da categoria essa proposta. Mas não tem sido fácil! Em quase todas as assembléias realizadas na capital, Teresina, a direção foi vencida pela base.

A assembléia do dia 10 de março não passou de mais uma manobra do governo e da direção do SINTE-PI para tentar aprovar o PCCS. A presidente do SINTE-PI, Odeni Silva, mesmo repetindo a todo o momento que o plano é ruim, defendeu abertamente a sua aprovação e, de forma autoritária e burocrática, tentou obter o apoio da categoria. A manobra consistiu em vetar falas da oposição e induzir aos trabalhadores a votar lançando repentinamente a pergunta: quem concorda com o plano? Nesse momento a indignação foi geral. A base foi para cima da direção e rechaçou a manobra, causando a paralisia da assembléia e impedindo que a votação continuasse. Acompanhando os companheiros da Conlutas e com gritos de ‘EU, EU, EU… SINDICATO SE VENDEU´, um expressivo número de trabalhadores/as retirou-se do auditório do Centro de Convenções, deixando a direção falando sozinha. “A assembléia estava suspensa, a votação não valeu”, todos repetiam.

No dia seguinte, a representante do Palácio de Governo, no sindicato, divulgava na imprensa que a categoria aprovou o plano, devendo a direção do sindicato buscar junto ao governo melhorar apenas a questão da regência. A retirada da categoria da assembléia, queira ou não a direção traidora do SINTE-PI, representou a derrota desse plano pela quarta vez em Teresina. Nas regionais de outras cidades também a base começa a se rebelar contra o PCCS do governo e a direção do sindicato.

Toda essa traição está levando a categoria a romper com a ilusão no governo petista e com a orientação da direção do sindicato. Esse processo é mais avançado na capital, Teresina, onde os trabalhadores rechaçam veementemente a velha direção.

Diante disso, a Oposição Educação Conlutas faz um chamado pela construção de um amplo MOVIMENTO CONTRA O PCCS DO GOVERNO E EM DEFESA DOS DIREITOS DO MAGISTÉRIO. A hora é de unir quem quer lutar!