Operários reivindicam reajuste salarial de 15%
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Greve de 24 horas paralisa totalmente a Mina Casa de Pedra em CongonhasOs trabalhadores da mineração da CSN entraram em greve de 24 horas nesta segunda-feira (16/5). Os cerca de 2.500 operários da Mina Casa de Pedra, em Minas Gerais, reivindicam reajuste salarial de 15%.

CSN quer arrocho salarial
A CSN apresentou na semana passada uma proposta de 6,3% de reajuste salarial. Este índice corresponde à reposição do INPC. Essa proposta está muito aquém da inflação real e do avanço da lucratividade da empresa.

No 1° trimestre desse ano, a CSN viu seu lucro líquido subir 36%. Em 2010 a empresa obteve uma receita líquida de R$ 14,5 bi, 32% superior a 2009. Já o seu lucro bruto subiu 71%, alcançando R$ 6,8 bi no ano passado.

Trabalhadores exigem aumento real e PR justa!
Benjamin Steinbruch, presidente da CSN e vice-presidente da FIESP, afirmou ano passado que “5% de aumento real é exagero”. Um dos homens mais ricos do Brasil deixa claro o ponto de vista dos empresários: arrocho salarial.

Mas os trabalhadores estão dando uma resposta à altura. A greve de 24 horas paralisa totalmente a Mina Casa de Pedra, em Congonhas, que produziu 21 milhões de toneladas de minério de ferro em 2010 e que foi a principal responsável pelo faturamento de 3,6 bilhões de reais no setor mineral da empresa.

Os operários exigem 8,7% de aumento real + INPC (6,3%), além da revisão da PR e melhorias nos benefícios.

15% ou greve por tempo indeterminado!
A revolta dos operários da Mineração da CSN é grande. A inflação alta e os salários baixos estão gerando um descontentamento generalizado. Os trabalhadores já haviam paralisado por 8 horas a empresa no dia 6/5. A cada dia que passa a mobilização avança.

A disposição dos operários pra luta é clara. “Essa semana haverá outra negociação com empresa. Se a CSN não mudar a proposta e avançar para um significativo aumento real, vamos à greve por tempo indeterminado” explica Valério Vieira, presidente do Sindicato Metabase Inconfidentes, que é filiado à CSP-Conlutas.

*João Pedro Freitas é assessor do Sindicato Metabase Inconfidentes