Cerca de 3 mil operários marcharam pelas ruas de Belém
Ailson Cunha

No dia 19 de junho, demonstrou-se a vitória política que foi a unificação da campanha salarial dos trabalhadores da construção civil do Pará com a realização de uma assembléia unificada entre os sindicatos de Belém e Ananindeua. A assembléia contou com a presença de mais de 3 mil operários da construção civil. Eles saíram em passeata às 18h, ocupando as ruas e paralisando o trânsito de Belém.

O objetivo era entregar a sua pauta de reivindicações no sindicato patronal, dando seqüência a Campanha Salarial Unificada. A grande massa de trabalhadores gritava a palavra-de-ordem “ô lê lê, ô lá lá / te cuida patronal que o bicho vai pegar”. A agitação era grande. Havia uma bateria animada. Os trabalhadores agitavam as bandeiras do sindicato, da Conlutas e do PSTU.

Este ano os trabalhadores e os sindicatos do Pará irão à luta por um salário mais digno, pois a exploração imposta pela patronal é imensa, obrigando os trabalhadores a uma carga horária monstruosa, acima das 44 horas semanais, num ritmo acelerado de serviço que causa muitos acidentes de trabalho. Muitas vezes, o trabalhador paga com a própria vida a garantia do alto lucro dos patrões, que ganham milhões em cada prédio entregue, vendendo o metro quadrado há um preço que varia entre R$3.000 e R$5.300. Enquanto isso, o servente ganha apenas R$415.

É possível arrancar dos patrões melhores salários e condições de trabalho mais dignas nesta campanha salarial. Os trabalhadores cada vez mais estão vendo as políticas que o governo Lula, junto com a CUT, vem querendo impor à classe com as reformas da Previdência, sindical e trabalhista.

A delegação que participará do Congresso da Conlutas foi eleita em assembléia geral, em que a categoria autorizou a ida de 38 delegados eleitos nos canteiros de obra. Durante a assembléia os trabalhadores diziam: “é este ano, ou os patrões nos atendem ou vamos paralisar geral”.