Mesmo sob chuva, metalúrgicos realizaram passeata e ato de 1 hora na porta da GM. Sindicato não comunicou decisão da empresa de dispensar todos os 1.630 temporários e falou em “sensibilizar” a GMApós seguir em passeata pela Avenida Goiás, cerca de 700 trabalhadores temporários da GM de São Caetano, no ABC paulista, chegaram até a porta da empresa. Durante o trajeto de cerca de 2 km, eles mantiveram uma das pistas fechadas e cantaram palavras de ordem pela renovação dos 1.630 contratos temporários de trabalho. Ao chegar a empresa, eles chegaram a fechar as duas pistas da avenida, provocando um gigantesco congestionamento na região.

Os trabalhadores temporários estão em licença remunerada desde 21 de janeiro e seus contratos começam a vencer hoje. Os cerca de 700 trabalhadores que vieram em passeata até a frente da empresa fazem parte desse grupo. Em sua maioria, integravam o terceiro turno da empresa. Desde janeiro aguardam em casa, sem que nenhum protesto tenha sido convocado pelo sindicato, dirigido pela Força Sindical.

Enquanto participavam do ato, a GM anunciava para a imprensa que todos seriam dispensados. Até o momento, o sindicato não comunicou os trabalhadores pelo carro de som. Segundo divulgado pela agência Reuters, a GM não irá renovar os contratos e vai demitir todos os 1.630. Segundo a montadora, 60 serão comunicados nesta sexta-feira, dia 27, e os demais durante o mês de março. A empresa planeja dispensar 50 pessoas por dia.

O boletim Ferramenta de Luta, ligado à Conlutas, foi distribuído na assembléia, convocando a passeata e defendendo a resistência contra as demissões. O movimento de oposição afirmou que a empresa estava enrolando, e que a garantia dos empregos dependia unicamente da mobilização dos trabalhadores.

Licença para demitir
Na frente da empresa, uma forte chuva desabou sobre os manifestantes, que se mantiveram no local. Eles acompanharam a troca de turno, conversando com os trabalhadores que chegavam e que deixavam o trabalho. Os trabalhadores que estão chegando para trabalhar se juntam aos temporários e aos que saem do trabalho. Ao todo, entre 1.500 e 2.000 pessoas estão no local e a entrada foi atrasada em uma hora.

O protesto ganhou força ao ser comunicado que a empresa anunciou que 900 trabalhadores serão colocados em licença-remunerada – 300 em São Caetano e 600 em São José dos Campos. O clima era de apreensão entre os trabalhadores, que sabem que podiam estar entre os 300 a ser enviados para a longa espera em casa.

O sindicato anunciou que irá realizar novos protestos, que irá procurar “o presidente”, e que irá iniciar uma grande campanha para abrir negociações e “sensibilizar” a multinacional. Como se apelos fossem capaz de derrotar as demissões.