Para manter o Iraque sob sua tutela, o imperialismo não mede esforços e lança mão de ações que violam os direitos humanos mais elementares. No rol dos crimes cometidos estão a manutenção de prisões secretas pelo mundo afora, a utilização de armas incendiárias contra a população civil iraquiana e, como não podia deixar de ser, novas e cruéis torturas.

Armas químicas
Em novembro do ano passado, o exército norte-americano comandou uma sanguinária ofensiva contra a cidade de Fallujah, na região sunita do Iraque. Diante do silêncio cúmplice da imprensa mundial, alguns poucos jornalistas tiveram coragem de denunciar a carnificina promovida pelas tropas ocupantes. Um deles foi o jornalista Dahr Jamail, que escreveu vários artigos a partir de relatos de moradores que sobreviveram à ofensiva. Neles, Jamail denunciava os soldados ianques por terem assassinado indiscriminadamente a população, executando pessoas em suas casa ou passando com tanques por cima dos seus corpos, e pela utilização de armas que “cortam e queimam”. Tal artefato era na realidade uma arma incendiária conhecida como fósforo branco, proibida pelo Protocolo sobre Proibições ou Restrições ao Uso de Armas Incendiárias desde de dezembro de 1983.

Nas últimas semanas, entretanto, as denúncias do uso de fósforo branco em Falujah ganharam destaque internacional a partir de uma reportagem produzida pela rede de TV italiana RAI. A reportagem mostrava que revistas editadas pelo exército norte-americano se orgulhavam do uso do artefato, descrito como “versátil e eficaz”, nos ataques.

O fósforo branco é uma substância inflamável que entra em combustão quando em contato com o oxigênio. Quando toca a pele provoca queimaduras gravíssimas. Nem mesmo com água a vítima pode removê-lo. A utilização dessa terrível substância foi feita de forma indiscriminada em Fallujah. O ex-fuzileiro naval americano Jeff Englehart, contou ter visto corpos totalmente queimados de mulheres e de crianças depois dos bombardeios. “Corpos queimados. Crianças e mulheres queimadas. O fósforo branco mata indiscriminadamente. Ele cria uma nuvem que, num raio de 150 metros do impacto, se dispersa e queima qualquer ser humano ou animal que estiver pela frente”, contou.

O Pentágono reconheceu o uso das bombas incendiárias durante a ofensiva contra Fallujah:“É parte de nosso estoque de armas convencionais e o usamos como qualquer outra arma”, declarou uma assessora militar. De acordo com os militares, o artefato servia para “localizar os inimigos, tornando-os brilhantes durante a noite”. Os inimigos em questão são mulheres e crianças, descritos por Englehart, que tiveram seus corpos calcinados pela criminosa ação militar imperialista. É importante lembrar que a invasão ao Iraque teve como justificativa a mentira de que o país representava uma ameaça ao mundo por possuir estoques de armas de destruição em massa. Vê-se agora que quem realmente levou e usa esse tipo de artefato no Iraque foi Bush.

Prisões secretas
Outra prova da barbárie imperialista é a revelação de que a CIA (Companhia de Inteligência Americana) mantém prisões secretas em pelo menos oitos países. A revelação foi feita pelo jornal Washington Post. Tais prisões, segundo o jornal, são conhecidas como “locais negros” e são mantidas em bases militares dos EUA espelhadas mundo afora. Nelas, ficam detidas pessoas suspeitas de serem “terroristas” que são submetidas a interrogatórios e torturas. Uma delas fica do Afeganistão, país invadido pelos EUA em 2003, onde prisioneiros foram postos em contêineres de metal na base área de Bagram. Todos morreram asfixiados.

Torturas permanentes
O mundo ficou indignado com as imagens das torturas cometidas pelos soldados norte-americanos contra prisioneiros iraquianos, em Abu Ghraib. Na época Bush se apressou em dizer que aqueles “eram fatos isolados”. Mais uma grande mentira que o tempo se encarregou de desmascarar.

As torturas contra prisioneiros iraquianos são um método absolutamente generalizado e planificado pelos invasores. Um novo capítulo dessa atrocidade surgiu na semana passada, quando o jornal The New York Times publicou um artigo mostrando que mais de 170 presos, entre homens e adolescentes com marcas claras de espancamento, foram torturados em um calabouço no centro de Bagdá. Um dos prisioneiros, entrevistado pelo jornal, disse que todos os detentos eram árabes sunitas e que espancamentos e choques eram rotineiros.

Ao contrário das mentiras de Bush, as torturas massivas não são “acidentes” ou produto da “insanidade” de seus militares. São parte das operações da ocupação militar imperialista, uma vez que a maioria da população do país nutre um profundo ódio aos invasores e respalda as ações militares da resistência iraquiana. Assim, o exército de ocupação identifica todo habitante do país (homem, mulher, velho ou criança) como um inimigo em potencial. Por isso, segue com as torturas, prisões arbitrárias e armas incendiárias para massacrar civis.

Mais uma vez, a comparação com o Vietnã é inevitável, pois os invasores repetem o que tropas norte-americanas e francesas já fizeram no passado no Vietnã e na Argélia. Por outro lado, tais métodos provocam um profundo desgaste nas forças de ocupação, o que se reflete no crescente repúdio da população dos EUA à ocupação e o no fortalecimento do movimento antiguerra que exige a retirada imediata das tropas imperialistas do Iraque.

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