Marcha Contra a Política Econômica do Governo Federal se fortalece e ganha novas adesões.

Além dos trabalhadores rurais sem terra do Pontal do Paranapanema e dos assalariados do campo organizados pela FERAESP, em São Paulo, aderiu ao chamado o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que decidiu em reunião da direção nacional da entidade somar-se a construção da marcha. Segundo os dirigentes do MST presentes à reunião “estamos nos somando à marcha, pois esta defende a reforma agrária e está é a bandeira central do MST”.
Também estarão na marcha, os companheiros dos movimentos de luta pela reforma agrária do Distrito Federal, de Goiás e de Minas Gerais. A previsão da organização é que só no setor rural é possível o envio de 200 ônibus para o evento. As entidades que compõem o Espaço de Unidade de Ação já se organizam para garantir a presença desses trabalhadores em Brasília.
O Fórum Nacional das entidades dos servidores federais vai levar delegações de todo o Brasil. A previsão das entidades do setor, engajados na marcha (CONDSEF, ANDES-SN, SINASEFE, FENASPS, FASUBRA, ASFOC-SN e outras), é de levar entre 5 e 6 mil manifestantes.
O setor da educação básica levará dezenas de ônibus de vários estados, apesar da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) boicotar a marcha. Só o Centro de professores do Rio Grande do Sul (CPERS) deliberou por enviar 10 ônibus da categoria. Os professores gaúchos também deliberaram por realizar uma greve de três dias, entre 23 a 25 de abril, combinando com a data da marcha.
Além desses setores, intensifica-se a mobilização em aposentados, tendo à frente a COBAP, entidade do setor. A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação já estava incorporada e organizando suas caravanas em todo o país. Agora, somam-se outras cinco confederações nacionais: a CONTEC, do setor bancário, a CNTC, de comerciários, a CNPL, dos profissionais liberais, a CONTRATU, de profissionais de turismo e a CNPEEC, dos trabalhadores em estabelecimentos de ensino e cultura.

Programação
O dia 24 de abril promete ser de muita combatividade em Brasília. Além da marcha, que deve reunir milhares de ativistas de todo o Brasil e atravessará o Plano Piloto da capital federal, vários setores realizarão atividades durante esse dia. Os servidores federais farão uma manifestação no Ministério do Planejamento; trabalhadores da educação se reunirão em frente ao Ministério da Educação (MEC); trabalhadores rurais e camponeses exigirão um plano do governo para a reforma agrária, além da várias outras atividades que acontecerão em torno da plataforma de reivindicações da marcha.
A coordenação da marcha solicitou audiências com o governo, com o presidente do Senado, com o presidente da Câmara e com o presidente do Supremo Tribunal Federal para exigir o atendimento das reivindicações expressas na plataforma unitária.
CSP-Conlutas
A CSP-Conlutas segue avançando na base o processo de preparação da marcha e estimulando as categorias e movimentos para organizarem as caravanas. Até o fechamento desta edição, os estados de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Ceará, Paraná e Rio de Janeiro apontavam para um número de mais de 150 ônibus. O ANDES-SN, sindicato de docentes das universidades federais, filiada à central, informou que, além de garantir a participação de sua categoria, também buscará contribuir com o deslocamento dos setores que não tenham condições financeiras para alugar os ônibus.
 
Processo de reorganização é alavanca para a luta contra o governo
A  marcha vem se transformando em um  polo de atração para todas as categorias e entidades que estão dispostas a lutar contra as políticas do governo e dos patrões. Uma política que prevê a retirada de direitos dos trabalhadores e uma nova reforma da Previdência (leia as pgs. 8 e 9).
Mas a movimentação em torno da marcha expressa um processo de reorganização vivo que ocorre no movimento sindical em nosso país. A CSP-Conlutas tem apostado na política de unidade de ação compreendendo que é preciso unir todos que queiram lutar em defesa dos trabalhadores. Por isso, a Central tem privilegiado a busca de acordos para construção de ações de luta com os companheiros da corrente “A CUT Pode Mais” (CPERS e outras categorias) e “Independentes” (CONDSEF), que são movimentos e correntes políticas que atuam no interior da CUT.
Neste momento, preocupada com a extensão política da marcha a Brasília, a direção da CUT, de forma agressiva, ataca a CSP-Conlutas e as organizações envolvidas nesta atividade, numa demonstração de sua total subserviência ao projeto econômico do governo.
Indignados com tal atitude, companheiros da “A CUT Pode Mais”, que estão envolvidos na construção da marcha, lançaram uma nota pública lamentando a posição da CUT. “Lamentamos que a corrente majoritária da CUT não compreenda a conjuntura que vive a classe trabalhadora [sic], insista em defender o ACE e se colocar contra a luta pela Anulação da Reforma da Previdência. Fazemos um apelo a todos os companheiros(as) da CUT que se juntem à mobilização em Brasília, para que possamos mostrar a unidade e a força dos trabalhadores e trabalhadoras”, diz a nota.
Devemos agora revigorar o esforço para organizar reuniões e plenárias nos estados e regiões para fortalecer as ações políticas de preparação da marcha (agitação na base, panfletagens etc).  Ao mesmo tempo, potencializar os recursos humanos e financeiros, juntando as entidades e movimentos de cada estado ou região. Dessa forma, é possível que as categorias se apoiem mutuamente e garantam a participação de todos os setores de trabalhadores nesta grande marcha.
 

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