A roubalheira no governo e no Congresso deixou milhões de trabalhadores perplexos. O esquema PC Farias, da época de Collor, começa a parecer brincadeira de criança diante da corrupção que enlameia todos os grandes partidos da democracia dos ricos e corruptos. Ninguém escapa, nem PT e seus aliados, nem a oposição burguesa, dirigida por PSDB e PFL.

Em meio ao turbilhão, muitos trabalhadores ainda se encontram tomados pelo ceticismo e não vislumbram nenhuma alternativa. Se prevalecer esse sentimento, ao final de toda a crise, quem sairá lucrando serão esses mesmos partidos que estão com a lama até o pescoço.

Já é hora do movimento de massas dar uma resposta à bandalheira por meio de grandes mobilizações. É preciso romper com a paralisia e tomar as ruas do país para lutar contra o governo e o Congresso. Para isso, é preciso responder ao chamado da Conlutas e avançar na mobilização para a marcha a Brasília, convocada para o dia 17 de agosto.

É das ruas que nascerá a alternativa dos trabalhadores para a crise política. As mobilizações dos trabalhadores contra o governo corrupto e a política econômica neoliberal são um passo decisivo na construção de novas alternativas frente à UNE e à CUT governista.

Uma marcha contra o governo…
O protesto convocado pela Conlutas para o próximo dia 17 possui um claro caráter de luta contra o governo. Diversos atos realizados em várias cidades no país, por trabalhadores de estatais e servidores em greve, estão ajudando a construir essa mobilização. Os atos ganham importância a cada semana e já começaram a incomodar a UNE e a CUT, aliados do governo.

Porém, a resposta da pelegada não tardou. Buscando criar uma confusão deliberada entre os lutadores, as entidades governistas convocaram para o dia 16, um dia antes da marcha da Conlutas, um outro ato supostamente “contra a corrupção”, mas a favor do governo do mensalão. Trata-se de mais um repugnante exemplo da falta de limites dessas entidades que apóiam o corrupto governo Lula.

É preciso denunciar a manobra dos pelegos governistas em cada sindicato, em cada escola e dizer que, em Brasília, a única marcha contra o governo e o Congresso será realizada no dia 17, pela Conlutas.

…e contra o PSDB e PFL
A marcha da Conlutas não vai se limitar a lutar contra o governo petista. PT, PSDB e PFL compartilharam dos mesmos esquemas de corrupção e hoje se abraçam no mesmo mar de lama. Por isso, o protesto do dia 17 também será contra a oposição de direita que apenas quer desgastar Lula para voltar ao poder, via eleições, e roubar novamente.

Vamos a Brasília!
A convocação da marcha ganha força a cada dia. Já dá para sentir que as pessoas afinal estão sentindo uma possibilidade real de fazer alguma coisa de peso contra a corrupção no país. Nos sindicatos, nas entidades estudantis e populares, as inscrições para ir a Brasília, junto com a busca de finanças para pagar os ônibus, estão ganhando cada vez maior peso.

O ato está ganhando peso também junto a setores da esquerda. O P-SOL anunciou na semana passada a sua adesão à marcha, o que é muito positivo, apesar de algumas de suas correntes (como no Rio Grande do Sul) seguirem boicotando a marcha.

No entanto, o papel lamentável ficou por conta da esquerda cutista que declarou que irá participar dos dois atos. Na prática, esses setores mantêm, de maneira indisfarçável, sua política de preservar o governo diante da corrupção. Não menos lamentável é o papel do MST. Recentemente, João Pedro Stédile declarou que o “governo estava acabado”, mas completou dizendo que o movimento é contrário a toda luta que se choque com o governo, pois isso “faria o jogo das elites”. A posição do MST não mudou qualitativamente. Seus dirigentes continuam apoiado o governo do PT e irão participar da marcha da CUT e da UNE.
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