É preciso superar o desânimo disseminado pela traição do PT e construir novasUma das mais profundas conseqüências negativas da ação do PT no governo federal é que está se disseminando uma compreensão nas massas de que “todos os partidos são iguais”. Muitos dos que dizem estar de acordo com nossa política e atuam conosco nas lutas se perguntam: quando vocês crescerem mais não vão repetir o PT?

A desconfiança é justa e está relacionada com a experiência que muitos tiveram com o PT, que galvanizou as esperanças de milhares de ativistas, que agora vivem uma crise sem saída. Mas não é correta a conclusão de que “todos são iguais”.

Há momentos em que é preciso sacudir a consciência da vanguarda, e não se adaptar a ela. É preciso que se tenha claro: caso esse ceticismo predomine, a burguesia e o PT serão vitoriosos. Não haverá nenhuma mudança real no país, nenhuma revolução, se não se construírem as alternativas de direção entre os trabalhadores, uma alternativa sindical à CUT e ao PT. O ceticismo não constrói nada, já dizia o revolucionário russo Leon Trotsky.

Existe um aspecto de verdade no rechaço aos “políticos”, porque todos os partidos integrados ao regime, à democracia burguesa são parecidos. Como só vivem para as eleições, adaptam-se à corrupção da burguesia que lhes fornece o dinheiro das campanhas, e depois cobram a fatura. Isto inclui tanto a direita (PSDB, PFL, PMDB, PTB, PP), como a “esquerda” reformista (PT e PCdoB). Nesse sentido, pode se dizer que os “políticos”, ou seja, os parlamentares desses partidos são, nesse ângulo, iguais.

Fazendo a diferença
O PSTU, no entanto, não é um partido adaptado ao regime. Não recebemos e não aceitamos dinheiro da burguesia ou da corrupção. Nossa prioridade são as lutas diretas das massas. Participamos das eleições para divulgar nosso programa, mas nossa estratégia não é eleitoral.

Queremos uma revolução socialista no país e, por isso nossos militantes podem ser encontrados em todas as lutas dos trabalhadores e estudantes, e não na preparação das próximas eleições.

Nossos parlamentares, quando os elegemos, recebem um salário igual ao que tinham antes. Se forem professores, recebem como professores, se são metalúrgicos, como metalúrgicos. É uma forma de que eles mantenham o mesmo tipo de vida que tinham, sem se adaptar à vida parlamentar.
Post author
Publication Date