Primeiro congresso expressa processo de reorganização pela baseEncerrado o prazo para realização das assembleias de eleição de delegados do movimento sindical e popular para o 1º Congresso da CSP-Conlutas, uma primeira centralização realizada pela central aponta uma estimativa de cerca de dois mil delegados, sem contar observadores e convidados nacionais e internacionais. Quando fechávamos esta edição havia mais de 270 entidades e movimentos cadastrados, que já haviam realizado mais de 500 assembleias, reunindo o melhor da vanguarda representativa das lutas dos operários da construção civil, dos metalúrgicos, do funcionalismo público, dos profissionais de educação, do movimento popular e estudantil entre outros setores.

O 1º Congresso da CSP-Conlutas, a ser realizado de 27 a 30 de abril em Sumaré (SP), ao expressar as lutas e um processo de reorganização pela base pode, sem dúvida alguma, ser um momento privilegiado na organização da resistência dos trabalhadores e da juventude contra os planos do governo e dos patrões. Também será um passo importante na consolidação da central como um novo instrumento de luta, um pólo alternativo de direção para o movimento sindical e popular combativo.

Os desafios são enormes. A começar pelo processo de lutas em curso, em especial, as greves operárias do setor da indústria da construção como de Belo Monte e do Comperj, nas quais a CSP-Conlutas exige dos patrões e do governo o atendimento imediato das reivindicações. Essas greves combinadas às lutas do funcionalismo público federal contra o arrocho salarial, do movimento popular contra as remoções e despejos, entre outras, impõem a necessidade do congresso aprovar uma campanha política contra os planos dos governos e dos patrões pelo reajuste salarial, contra as demissões, flexibilização de direitos e as reformas trabalhista, sindical e previdenciária e contra a criminalização dos movimentos sociais. O congresso deve aprovar um plano de lutas que unifique em torno a um calendário comum uma jornada de mobilizações que aglutine todos esses setores.

A organização de base, tema central do congresso, é talvez uma das tarefas mais difíceis. A organização de base é mais do que um pressuposto para o exercício da democracia operária e o combate à burocratização.

É preciso e possível aproveitar o congresso para avançar na compreensão estratégica desse tema, apontando a importância de uma sociedade governada pelos trabalhadores e a maioria do povo pobre.

A consolidação e o fortalecimento da CSP-Conlutas é uma tarefa que não se resume ao congresso. É produto dos enfrentamentos na luta de classes, mas, sobretudo, resultado de uma luta política. A CSP–Conlutas tem se destacado em todas as lutas. Também impulsionou o espaço de unidade de ação. A marcha à Brasília, de 2011, foi um ponto alto desse processo. Não menos importante foi a atuação da central na luta em defesa do Pinheirinho, que foi o principal enfrentamento do movimento popular pelo direito à moradia ocorrido recentemente.

O estabelecimento e a consolidação da CSP-Conlutas reafirmaram a central como o pólo à esquerda mais dinâmico do processo de reorganização. Isso possibilita que, embora minoritária, a entidade atraia setores do movimento que procuram avançar na construção de uma nova ferramenta para as lutas. O congresso será um momento significativo para o coroamento desse processo.

Participe do Encontro de Mulheres da CSP-Conlutas!
No dia 27 de abril, no mesmo local do 1º Congresso da CSP-Conlutas, será realizado o 1º Encontro de Mulheres da CSP-Conlutas. O encontro é parte do esforço para avançar na luta contra o machismo. A luta dos trabalhadores precisa ter política e organização específica para as mulheres trabalhadoras. O Encontro para o qual estão sendo esperadas cerca de 600 mulheres e será a participação. As deliberações do encontro serão remetidas ao Congresso da CSP-Conlutas para que possam ser aprovadas.
Após o encontro haverá uma plenária do Movimento Mulheres em Luta (MML) para eleger suas delegadas ao congresso da CSP-Conlutas. Também vai votar uma data para a realização de um congresso específico do MML para aprofundar os debates acerca do seu programa, organização, estatuto e direção.

Reunião Internacional será realizada em São Paulo
A luta contra a crise econômica na Europa e as revoluções do Norte da África e Oriente Médio também estarão presentes no Congresso da CSP-Conlutas. Muitos daqueles que estão a frente da resistência dos trabalhadores, estarão no congresso. Para avançar na construção de um pólo alternativo de luta, classista e internacionalista, organizações sindicais e populares (como a Unión Sindical Solidaires, da França) convocaram uma Reunião Internacional, nos dias 1º e 2 de maio, em São Paulo, por ocasião do I Congresso da CSP-Conlutas. O objetivo é trocar experiências sindicais, de resistências e construir a unidade e a solidariedade internacional dos trabalhadores.  As delegações de diversos países já confirmaram presença como: Bolivia, Egito, França, Haiti, Costa Rica, Paraguai, Inglaterra, Argentina, Uruguai, Chile, Peru, México, Canadá, África do Sul, Espanha, Senegal, Itália, Inglaterra, EUA e outros.