Ana Nascimento

No dia 25, estudantes e trabalhadores da cidade e do campo estarão reunidos em Brasília para protestar contra a política econômica e as reformas neoliberais implementadas pelo governo LulaA manifestação está sendo organizada por entidades do movimento estudantil, sindical (incluindo o ANDES, a Conlutas) e movimentos populares.

A Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), uma das organizadoras da manifestação, acredita ser possível mobilizar mais de 20 mil pessoas para a marcha: “Há um grande descontentamento com a traição do governo. Por isso estarão em Brasília bancários, metalúrgicos, sem-terra, professores, entre outros”, explica José Maria de Almeida, da Conlutas.

Em relação ao movimento estudantil, que deverá ser o maior setor representado na manifestação, os organizadores também estão animados: “Vamos a Brasília para barrar a reforma Universitária do governo e exigir o passe-livre para os estudantes. Lá entregaremos o resultado do Plebiscito que estamos organizando, mostrando o repúdio do movimento estudantil à Reforma”, afirma Júlia Eberhardt, da Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes (Conlute).

P-SOL e esquerda da CUT poupam o governo

Apesar de ser uma construção unitária, haverá diferentes posições políticas representadas na marcha.

Os setores ligados ao P-SOL e à esquerda da CUT querem uma manifestação que não se choque diretamente com o governo, nem com a CUT e a UNE. Fazem isso em nome de uma suposta “unidade”, que deveria se dar em torno do que é “consensual”.

O objetivo deste consenso é incorporar setores que estão ligadas diretamente ao governo Lula (como a própria esquerda do PT e o MST), e que falam contra as reformas, mas não contra o governo que quer impô-las.

Além disso, estes setores são contrários à ruptura com a CUT, e querem permanecer dentro da Central. Eles também acusam o Conlute de “divisionista” impedindo, dessa forma, o surgimento de uma alternativa de direção para o movimento estudantil e sindical.

PSTU terá perfil próprio

O PSTU defende a mais ampla unidade para encaminhar as lutas dos trabalhadores e da juventude. Por isso, estará na linha de frente da convocação e organização da marcha.

Mas nossos militantes e simpatizantes estarão organizados em uma coluna que terá faixas chamando a oposição de esquerda ao governo, exigindo a ruptura com o FMI, a retirada das negociações da Alca, além da retirada de todas as reformas que atacam os trabalhadores e a juventude. O PSTU também denunciará a posição governista assumida pela CUT , chamando os sindicatos a se desfiliarem da Central, fortalecendo assim a Conlutas.

Plebiscito prepara a Marcha

Como parte da preparação para a Marcha, a Conlute realizará um Plebiscito Nacional sobre a reforma Universitária de 1 a 7 de novembro.

O objetivo é levar o debate sobre a Reforma para dentro das salas de aula, fazendo com que estudantes, professores e funcionários se posicionem sobre o tema.

Os organizadores esperam recolher 50 mil votos nas universidades, escolas e cursinhos, e o resultado será levado a Brasília no dia 25 para ser entregue ao MEC, como forma de protesto contra a reforma.

Quem quiser ajudar na organização do plebiscito pode receber materiais e informações pelo endereço [email protected].

CALENDÁRIO DE LUTAS CONTRA A REFORMA UNIVERSITÁRIA

1 a 7 de Novembro
Plebiscito Nacional sobre a Reforma

7 de Novembro
Boicote Nacional ao Novo Provão

11 de Novembro
Paralisação Nacional contra a Reforma

25 de Novembro
Grande marcha a Brasília

27 a 30 de Janeiro
Encontro Nacional da Conlutas no Fórum Social Mundial

ENCONTROS NACIONAIS

23 e 24 de Outubro
São Paulo (UNIFESP) e Rio (UFF)

27 e 28 de Outubro
Pará (UFPA) e Rio Grande do Sul (UFRGS)

30 de Outubro
Goiás (UFG)

6 e 7 de Novembro
Santa Catarina (UFSC) e Espírito Santo (UFES)
Informações: [email protected]

PARTICIPE DOS ENCONTROS ESTADUAIS DA CONLUTAS

6 e 7 de Novembro
Minas Gerais

4 e 5 de Dezembro
São Paulo

Informações no site: Publication Date