Os trabalhadores não podem aceitar passivamente a falsa polarização que se cria no país. De um lado está o governo, apoiado por CUT, UNE e MST, que tentam confundir os trabalhadores para abafar os escândalos de corrupção. De outro, está a oposição de direita, que pretende desgastar o governo para retornar ao poder. Não há diferenças políticas reais entre esses dois setores; todos são corruptos e defensores do modelo neoliberal.

Neste momento, é preciso sair às ruas e construir um novo pólo de mobilização e de lutas dos trabalhadores. É preciso transformar a indignação em organização, a paralisia em ação. Quando falamos da necessidade de sair às ruas, não estamos falando de algo abstrato. Apesar de pequenas, muitas mobilizações chamadas pela Conlutas e pelo funcionalismo público em greve estão acontecendo em vários estados (ver página 12). O objetivo desses atos regionais é construir um grande ato em Brasília no dia 17 de agosto para unificar as bandeiras de luta contra a corrupção, as lutas por questões salariais e contra as reformas neoliberais.
O PSTU apóia a decisão da Conlutas e estará jogando toda a sua força militante na construção desse ato.

É importante que essa proposta seja discutida com todos os sindicatos combativos e pelos movimentos populares. É hora de a esquerda da CUT, a esquerda petista e o P-SOL unirem-se a essa iniciativa e irem a Brasília no dia 17 de agosto. Na grave crise em que se encontra o país, um ato que unifique todas as organizações de esquerda contra a corrupção e a política econômica pode levar a uma mudança na conjuntura, dando o pontapé inicial para construirmos um pólo de luta dos trabalhadores contra essa situação.

O P-SOL precisa ajudar a preparar o ato

Yara Fernandes, da redação

O P-SOL continua priorizando a ação parlamentar na CPI dos Correios em vez de apostar na mobilização de massas. Já está claro que a imensa maioria dos parlamentares que compõem a CPI estão também com o rabo preso, e as denúncias principais estão surgindo pela imprensa e não pela investigação da CPI. Até agora, o P-SOL, infelizmente, ainda guarda um silêncio sepulcral em relação ao chamado da Conlutas para um ato unificado no dia 17 de agosto em Brasília.

Pior, em um ato contra a corrupção e o governo realizado durante o congresso da UNE, o P-SOL impediu que o PSTU se pronunciasse devido a um acordo que fizeram com um setor da esquerda do PT. Esse tipo de prática prejudica o avanço na luta unitária contra a corrupção e o governo neoliberal do PT. É preciso que o P-SOL priorize a unidade com os setores que realmente estão na luta contra o governo Lula e, junto com a Conlutas, construa o ato em Brasília do dia 17 de agosto.

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