Quilombolas no Maranhão em greve de fome contra o ajuste fiscal de Dilma de 50% no orçamento do INCRA

8 quilombolas estão em greve de fome no Maranhão há quase uma semana. São 5 companheiras e 3 companheiros que protestam contra o descaso do INCRA, do Governo Federal e do Governo do Maranhão em relação à causa quilombola. O Maranhão é o estado do país onde mais ativistas e lideranças quilombolas estão ameaçados de morte, como parte da pressão que latifundiários, agronegócio e políticos fazem para que desistam de suas terras.
 
Em 2011, a então Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosario, foi à São Luis e se comprometeu com o  movimento a acelerar os laudos para titulação das terras quilombolas no estado. De lá até agora, houve mais enrolação do que ação concreta do governo.
 
Agora, com o ajuste fiscal da Dilma, foi cortado cerca de 50% do orçamento do INCRA. O resultado é que foram suspensos os trabalhos que estavam em curso. Foram interrompidos, só no Maranhão, laudos de titulação para cerca de 20 comunidades quilombolas. Volta-se a estaca zero. Por isso o protesto do movimento.
 
Não podemos deixar os quilombolas sozinhos nesta luta. Precisam do apoio de todos. Essa luta também é sua.
 
 
Confira abaixo a nota da Central Sindical e Popular Conlutas sobre a Ocupação dos quilombolas no Incra/MA
 
Nota da CSP-Conlutas MA em apoio aos quilombolas ocupantes do INCRA/MA

A CSP-Conlutas, Central Sindical e Popular, vem a público manifestar solidariedade à luta das comunidades quilombolas do Maranhão que estão neste momento ocupando a sede do INCRA reivindicando o direito às suas terras.

 
A Central vem a público denunciar que os processos de titulação das terras quilombolas estão hoje paralisados no INCRA, órgão que vem sendo desmantelado pelo governo, mantendo uma clima de insegurança nas comunidades ameaçadas pelo agronegócio e os coronéis do latifúndio.
 
Diante desse quadro, diversas lideranças quilombolas estão realizando uma greve de fome para exigir do governo e da direção do INCRA uma posição clara sobre os processos de regularização e garantia de celeridade na sua finalização.
 
Repudiamos o governo Dilma (PT) que tem demonstrado claramente sua posição a favor do agronegócio, agressor de quilombolas, seja pela nomeação de uma das principais representantes do latifúndio para o Ministério da Agricultura (Kátia Abreu) seja pelo recente lançamento do Plano Safra 2015 que destinou bilhões para o financiamento do agronegócio exportador em detrimento da agricultura familiar que verdadeiramente produz alimentos para população.
 
Nós, da CSP-Conlutas, reafirmamos a importância da efetiva construção da unidade dos trabalhadores urbanos e movimentos sociais com os trabalhadores do campo em uma só luta.
 
Viva a luta dos quilombolas!
Dilma, respeite as comunidades remanescentes de quilombos!
 
 
 
 
 

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