A greve dos operários da construção civil que trabalham nas obras do Mineirão completou 3 dias na sexta-feira, 17. A greve está muito forte, com adesão de todos os 500 trabalhadores responsáveis pela obra.

Os operários reivindicam aumento salarial para pedreiros – de R$ 925 para R$ 1.250 – e serventes de pedreiros – de R$ 605 para R$ 850. A pauta de reivindicações inclui também o pagamento de horas extras a 100% e cesta básica de 35 quilos, além de participação nos lucros das empresas que formam o Consórcio Minas Arena responsável pela obra (Construcap, Egesa e Hap). Eles cobram também melhorias nas condições de trabalho e da alimentação fornecida.

Esta greve é mais um exemplo do descaso e da sede de lucro das empreiteiras que atuam nas obras do PAC e da Copa do Mundo, como as greves que aconteceram em Belo Monte e Girau. Enquanto as empresas lucram milhões, os salários são baixíssimos, as condições de trabalho desumanas e os trabalhadores são tratados sem nenhum respeito.

GOVERNO ANASTASIA É O RESPONSÁVEL
O governo Anastasia é o verdadeiro responsável pela situação dos trabalhadores e portanto deve tomar a iniciativa para resolver o conflito.

O governador criou uma Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), que ao invés de zelar para que haja condições de trabalho decentes nas obras da Copa, vem cumprindo o papel vergonhoso de tentar desmoralizar a greve, divulgando informações de que apenas 40% dos trabalhadores estariam paralisados.

O governador deveria estar pressionando o Consórcio Minas Arena a mudar sua postura e atender as reivindicações dos trabalhadores, em vez de atacar o movimento.

SITUAÇÃO DEVE SE AGRAVAR
Esta greve pode ser apenas a primeira de uma série de greves e mobilizações dos trabalhadores que devem acontecer até a Copa em 2014.

Isso porque, com o cronograma apertado, o governo do estado e a Prefeitura de BH vão tentar apressar as obras para garantir a realização da Copa. Quem sofre com isso são os trabalhadores, que além de ganharem pouco, estão sendo pressionados a manter um ritmo de trabalho alucinante.

Além do Mineirão e demais obras diretamente ligadas à Copa, os moradores de Belo Horizonte também estão sendo afetados.

O prefeito Márcio Lacerda já iniciou uma série de despejos e remoções em obras como a do Anel Rodoviário. Estes despejos estão acontecendo de forma arbitrária, sem discussão com os moradores, e sem nenhuma negociação de valores e condições para o reassentamento das famílias.

Este fato acaba de motivar uma audiência pública na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, que contou com a presença de mais de 500 moradores envolvidos, que exigiram indignados que a Prefeitura os trate com mais respeito.

PSTU DEFENDE OUTRO MODELO PARA AS OBRAS DA COPA
O PSTU apóia a greve dos operários do Mineirão, a luta dos moradores do Anel Rodoviário e demais lutas que estão acontecendo devido às obras da Copa.
Acreditamos que estes movimentos estão acontecendo devido à forma irresponsável e privatista com que a Prefeitura de BH e o governo Anastasia estão conduzindo as obras.

Para o PSTU, as obras deveriam ser conduzidas por empresas públicas, e não por empreiteiras privadas que só pensam no lucro. A relação com os trabalhadores e a população deveria ser totalmente diferente, com condições dignas de trabalho e sem remoções da população da cidade. O metrô deveria ser expandido e o sistema de transporte coletivo ampliado, em vez das Parcerias-Público-Privadas (PPPs) que o governador insiste em fazer.

Só assim, a Copa poderia ser um verdadeiro orgulho para a população de BH e de Minas, em vez de uma maquiagem só “para inglês ver”…