À medida que cresce e se aprofunda a crise no Senado, aumenta também a percepção de seu caráter anti-democrático e a tese de que essa instituição deve desaparecer. Diversos posicionamentos de personalidades que extrapolam os quadros da esquerda apontam nessa direção.

No último dia 7, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) emitiu nota pública assinada pelo presidente da instituição, César Britto, em qualifica de “calamidade” a atual situação da Casa. “A crise não se resume ao presidente da casa, embora o ponha em destaque. Mas é de toda a instituição – e envolve acusados e acusadores”, diz o texto divulgado pela entidade.

A OAB defendeu ainda a adoção de mandatos revogáveis para o Senado. “O voto pertence ao eleitor, não ao eleito, que é apenas seu delegado. Traindo-o, deve perder a delegação”, diz a nota.

Já o dirigente nacional do MST, João Pedro Stédile, declarou em entrevista ao Portal UOl Notícias que “nossa sociedade não precisa do Senado”. O dirigente defendeu a existência de apenas uma câmara legislativa. “Basta uma Câmara dos Deputados. E ainda mais representativa, com, em vez de 500 deputados, mil”, afirmou ao Portal.

Em outra entrevista, o presidente da ONG Transparência Brasil, Cláudio Abramo, afirmou que o “Senado poderia ser fechado sem prejuízo para o Brasil”. A entidade de Abramo monitora a política e divulga dados como o financiamento de campanhas eleitorais.

Em nota, a Transparência atesta que “Ainda que de modo difuso e de difícil mensuração, é evidente que o eleitor brasileiro está perdendo a confiança no Legislativo, nos partidos políticos e no próprio princípio de representação eleitoral”. Para a entidade, o Senado vive uma “crise institucional”.

Isso mostra que, longe de ser um posicionamento minoritário, a extinção do Senado é uma medida democrática que pode se ampliar ainda mais, congregando um amplo espectro de forças em sua defesa.