No dia 27 de fevereiro, um terremoto devastou a região centro-sul do Chile. Como sempre, os mais atingidos foram as famílias dos trabalhadores e do povo.

A tragédia evidenciou a completa incapacidade do governo de Michele Bachelet em lidar com a situação. Algo que pôde ser claramente visto nas declarações confusas e errôneas, afirmando que o terremoto não teve uma grande magnitude e, pior ainda, que não havia perigo de um tsunami no litoral do país.

Ao contrário do que dizia o governo, o tremor provocou um imenso tsunami, que arrasou povoados inteiros do litoral das regiões de Libertador Bernardo O’Higgins, de Maule e de Bio-Bio. Ninguém foi alertado.

Polícia e repressão
O governo de Bachelet chegou a anunciar uma cifra de cerca de 60 mortos. No entanto, o número foi bem maior. Além disso, a ajuda oficial demorou, causando a falta de produtos básicos para a subsistência como água, alimentos, eletricidade, entre outros. A lentidão do governo fez com que o povo pobre reagisse com o autoabastecimento e a organização para sair à procura de alimentos e dos elementos básicos para sobreviver nos grandes shoppings e supermercados. A isto as autoridades chamaram de “saque” e reagiram com rapidez, enviando policiais para reprimi-los.
“Novamente ficou em evidência a existência de dois Chiles, o dos ricos e poderosos que nada sofreram e o dos explorados e pobres que foram devastados pelo terremoto. Pior ainda, ficou claro que as políticas econômicas neoliberais são um fracasso. Nos povoados onde o investimento em saúde e educação não é rentável, as construções mais antigas desmoronaram. Mas não só aí se manifestou a ineficácia da ‘lei do mercado’.
Nas grandes cidades onde já não há fiscalização das construções, estas vieram abaixo
ou estão em tal estado que deverão ser abandonadas para posteriormente serem demolidas”, denuncia a nota conjunta da Força Revolucionária – Esquerda Comunista e do Partido Revolucionário dos Trabalhadores (Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional).

As duas organizações chamam a construção imediata de um plano nacional de emergência controlado pelos trabalhadores e que inclua reversão das privatizações e nacionalizações. Também chamam o fim do toque de recolher e das restrições das liberdades individuais. Por fim, defendem a criação de uma campanha classista que lidere a ajuda aos atingidos através dos sindicatos.

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