Dentre as pautas, os operadores e operadoras de Telemarketing exigem o fim da terceirização, com efetivação imediata a empresa que prestam serviço

 
O telemarketing está “fora do ar” na capital gaúcha.  Trabalhadoras e trabalhadores da empresa CONTAX, que presta serviços terceirizados para grupos como a NET, CIELO e OI, estão de braços cruzados desde segunda-feira, 06. O pavilhão na Zona Norte conta com quase 4 mil pessoas, dos quais grande parte são jovens, mulheres negras e homossexuais.  No último domingo o Fantástico apresentou uma matéria que mostrava a realidade de quem convive com a pressão insuportável das metas abusivas, seja do setor de “retenção” ou “venda”. Também foi evidenciada a violência e o assédio moral dos chefes. É a primeira greve da CONTAX desde 2009 quando a empresa foi inaugurada. A luta é contra o assédio moral, pelo recebimento do piso mínimo regional de R$ 850,00; aumento real no ticket alimentação e o fim da terceirização.
 
Não é só na Contax que a maior parte dos trabalhadores de telemarketing são jovens. Só aqui no Brasil são mais de 1.500.000 de trabalhadores e trabalhadoras no setor. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, 64% de trabalhadores do setor tem entre 18 a 29 anos, e, grande parte, estão em seus primeiros empregos. Além disso, 76,8% são mulheres e, assim como na Contax, grande parte são homossexuais. Isto não é a toa. As empresas de telemarketing fazem a opção consciente de contratar setores oprimidos da sociedade para, assim, aumentar seu grau de exploração, com salários baixissimos e assédio moral permanente. 
 
Somente no ano passado, foram registrados em todo o País mais de 3600 casos de assédio moral. Os casos são os mais absurdos, na busca de mais lucros, as empresas obrigam seus funcionários a cumprir metas, assim controlam o horário de ida ao banheiro, proíbe mulheres de engravidar, invade a privacidade dos trabalhadores, xingam e até ameaçam os trabalhadores. Assédio moral é crime, as empresas de telemarketing precisam respeitar os direitos dos trabalhadores. Por isso, a juventude do PSTU presta toda a solidariedade a greve dos trabalhadores da Contax. Esta é a primeira vez que eles paralisam suas atividades, estão dando um exemplo de luta e força contra a intransigência da empresa que se recusa a dar aumento real nos salários e respeitar os direitos dos trabalhadores.  
 
É com organização e luta que os trabalhadores conquistam vitórias, por isso, cantamos juntos com os trabalhadores da Contax: “Sem aumento não têm atendimento”!