Mais uma vez os trabalhadores estão sentindo no bolso o resultado de anos de sucateamento e privatização de serviços públicos básicos, e o beneficiamento dado às empresas exploradoras desses serviços. As contas de telefone e de energia elétrica ficarão mais caras. Os planos de saúde, por sua vez, se aproveitam da situação de penúria do sistema público e também aumentam seus preços.

Como se não bastasse a cobrança abusiva da assinatura, em que o consumidor paga permanentemente por um serviço, usando-o ou não, agora, as empresas de telefonia vão aumentar a tarifa em 8,7%. Com isso, os aumentos no setor vão chegar a 15,49% este ano.

Abusos autorizados pelo governo

A justificativa para o aumento decorre de uma decisão judicial que substitui o índice de correção de preço utilizado ano passado. A Justiça fez cumprir os contratos firmados com as empresas, garantindo seus interesses. O ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, realizou um acordo com as distribuidoras parcelando o novo aumento em duas vezes. Em setembro, a tarifa aumentará 4,06% e em novembro ficará 3,87% mais cara. Agora, o governo apresenta o acordo como uma vitória.

Já a Agência Nacional de Energia Elétrica autoriza aumentos na tarifa de energia em todo país. Só na Grande São Paulo o aumento deverá ser de 17,9 %. Esse aumento decorre da variação do preço da energia é corrigida em dólar, ou seja, os consumidores têm de pagar o preço da variação cambial na energia que utiliza.

Saúde cara

Os planos de saúde foram autorizados a aumentar as mensalidades em 11,75%. Isso num momento em que os médicos se mobilizam por reajuste salarial, que não recebem há mais de 10 anos. Nos últimos 7 anos, os aumentos desses planos acumulam 248%.

Além disso, reajustaram em até 80% os contratos feitos antes de 99. Neste momento existe uma guerra jurídica no país em função desses abusos. Esses aumentos corroem a renda dos trabalhadores, cujo “aumento” real no salário mínimo este ano foi de apenas 1,5%. No caso da telefonia e energia, o governo cumpre os contratos firmados com as empresas durante o processo de privatização a ferro e fogo. Na saúde, promove um sucateamento do setor, enquanto é conivente com a expansão dos planos privados, e admite seus abusos.

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