Na tarde desta segunda, 22, cerca de 150 estudantes de Direito realizaram um protesto em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em repúdio ao assassinato da Juíza Patrícia Acioly. Estiveram presentes na manifestação diversas entidades estudantis, sindicais e populares entre elas, a ANEL, a CSP-Conlutas e Associação de Moradores de Vigário Geral, que lembrou os 18 anos de umas das maiores chacinas já ocorridas no Rio, por grupos policiais de extermínio.

Quem assassinou Patrícia Acioly?
Enquanto acontecia a manifestação, o Comandante-Geral da PM reconhecia publicamente que houve a participação de PMs na execução da juíza da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, morta com 21 tiros na porta de casa.

A notícia não surpreendeu. A Juíza Patrícia Acioly era umas das principais figuras no combate as milícias no Rio de Janeiro. No último ano, havia condenado mais de 60 policiais envolvidos em esquemas de corrupção e homicídios.

Patrícia não foi apenas mais uma vítima da violência policial. O caso da Juíza revela o quanto esse modelo democrático vivido em nosso país é limitado. Parlamentares atuam em uma rede de corrupção com policiais milicianos, estes por sua vez, possuem a certeza da impunidade diante de um Judiciário vendido aos interesses do alto escalão político e econômico. Mas Patrícia não se vendeu. E por isso, sua morte foi acima de tudo uma represália!

No Rio de Janeiro, morrem por dia 3 jovens assassinados pela polícia, em sua maioria negros, de comunidades carentes. De acordo com organismos internacionais, a polícia do Rio é a que mais mata em todo o mundo. A banalização da vida evidenciada nos Autos de Resistência desmascaram a intensa repressão do Estado que existe por trás do discurso demagogo da pacificação. A verdade é que o silêncio ouvido nas favelas cariocas não vem da paz e sim do medo.

Essa política de segurança pública baseada na criminalização da pobreza e na repressão aos movimentos sociais e ativistas como Patrícia Acioly implementada por Sérgio Cabral é uma clara opção pela manutenção do lucro dos empresários e empreiteiros. Famílias inteiras estão tendo o direito à moradia violado em prol das superfaturadas construções Olímpicas. Outras estão vivendo acuadas sob a mira de policiais e milícias para garantir a especulação imobiliária de determinadas regiões na cidade.

Por isso, as milícias são um braço extra-oficial da política de segurança pública. Funcionam como agentes reguladores do ciclo da violência, corrupção e lucro no qual os governantes do nosso Estado e a cúpula do Poder Judiciário estão diretamente envolvidos.

Exigimos assim, a solução imediata do caso Patrícia Acioly. Não só com a punição dos atiradores, mas também daqueles que deram a ordem de puxar o gatilho.

  • Pela solução do Caso Patrícia Acioly!
  • Pelo fim da Política de Segurança de Extermínio!
  • Fora Cabral e suas milícias!
  • Pelo direito à moradia, saúde e educação!
  • Dissolução da polícia. Criação de uma nova polícia civil unificada, com eleições para os cargos superiores e direito de sindicalização e greve, sob controle da comunidade.