Um ano após o maior escândalo de corrupção que se tem notícia na história do país e poucos meses antes das eleições, nada mudou. O PT repete os mesmos modus operandi das eleições passadas e, junto com o PSDB, arregada milhões de reais de banqueiros e empresários para montar uma mega-estrutura de campanha.
As cifras astronômicas que o PT e os demais partidos da base aliada receptarão nestas eleições se justificam pela tarefa a que se propõem. Tentarão reeleger os parlamentares envolvidos no mensalão e no recente escândalo dos sanguessugas. Segundo o jornal carioca O Globo, pelo menos 50 parlamentares envolvidos em corrupção nesse último período tentarão um novo mandato em outubro. Comprova-se, então, a tese de que os criminosos sempre retornam ao local do crime.

De mensaleiros a sanguessugas
Entre os candidatos envolvidos em corrupção figuram o ex-deputado e presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), que renunciou ao cargo após a descoberta da cobrança de propina para o restaurante do Congresso. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que recebeu R$ 10 milhões do valerioduto e renunciou ao cargo, também tentará retornar à Câmara.

Os petistas mensaleiros também darão o ar de sua graça nas urnas eletrônicas. Estarão lá o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, os deputados Professor Luizinho, José Mentor, entre outros. O ex-presidente do PT, José Genoíno, também é candidato a deputado.

Até mesmo o ex-ministro Antônio Palocci tentará de novo uma vaga na Câmara dos Deputados. Tenta assim matar dois coelhos com uma só cajadada. Além de voltar a ter um cargo público, ganha foro privilegiado para não ter que responder às inúmeras acusações de irregularidades na prefeitura de Ribeirão Preto, além da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo.

Já os candidatos do PSDB precisarão de muito esforço para conseguir se diferenciar do governo petista, além de fazerem a população se esquecer dos oitos anos de neoliberalismo e privatização levados a cabo pela gestão tucana de FHC.

Um candidato nada operário
O que também causou certa perplexidade na última semana foi o anúncio da previsão de gastos dos candidatos à Presidência. Lula declarou que irá gastar R$ 89 milhões, ficando à frente do tucano Alckmin, cuja estimativa é de R$ 85 milhões. Na campanha de 2002 a campanha do petista foi de R$ 39 milhões declarados, ficando em segundo lugar José Serra (PSDB), com R$ 34 milhões. Hoje, sabemos muito bem que tais valores são apenas formais, mas dão uma idéia do montante movimentado nessas campanhas.

Lula, por sua vez, está muito longe de ser o candidato operário fantasiado principalmente pelo PT e pela CUT. O presidente dobrou seu patrimônio nos últimos anos, acumulando uma fortuna no valor de R$ 839.033,52 em apartamentos, poupança e investimentos. Percebe-se que não é apenas na política que Lula se distanciou da classe trabalhadora.
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