Uma acirrada disputa entre os senadores democratas Barack Obama e Hillary Clinton marcaram a votação da chamada Superterça, realizada no último dia 5, nos Estados Unidos. O evento concentra o maior número de prévias no mesmo dia – 22 dos 50 estados norte-americanos.

Embora Hillary tenha conquistado o maior número de delegados, vencendo as prévias de seu partido nos estado mais populosos, a disputa entre os democratas para definir quem será o concorrente à Casa Branca ainda não está definida.

Segundo a rede de TV CNN, Hillary conquistou 825 delegados contra 732 de Obama. A senadora venceu nos estados de Oklahoma, Arkansas, Tennessee, Nova York, Massachusetts, Nova Jersey, Missouri, Arizona e Califórnia. Este último é considerado “a jóia da coroa” por concentrar o maior número de delegados para a convenção nacional do Partido Democrata, marcada para agosto.

Já Barack Obama venceu nos estados da Geórgia, Illinois, Delaware, Alabama, Dakota do Norte, Kansas, Connecticut, Minnesota, Idaho, Colorado e Alasca.

Com a indefinição, as campanhas de Hillary e Obama já olham para as próximas primárias e prévias, que acontecerão nos dias 9, 12 e 19 de fevereiro e 4 de março.

Defensor da guerra é favorito entre Republicanos
Do lado do Partido Republicano, o pré-candidato John McCain obteve importantes vitórias na disputa pela indicação do seu partido para concorrer à Casa Branca. Nas prévias republicanas, McCain obteve 42% contra 34% de seu principal rival, Mitt Romney. Dessa forma, o senador pretende responder à crise que dividiu seu partido e que tem como raiz a enorme crise do governo Bush.

Veterano da Guerra do Vietnã, McCain é um ardoroso defensor da invasão contra o Iraque e critica Bush pela forma como conduziu a operação. Para defender a invasão, o republicano adotou como lema: “É difícil entender o sacrifício deles… A menos que você o tenha vivido”.

Na arena interna, o republicano é conhecido por sua postura conservadora, defendendo que o Estado não deve ter nenhum papel na educação, saúde ou no combate à pobreza.

Reciclar imagem
A guerra do Iraque provocou uma enorme crise ao governo do republicano George W. Bush, que amarga os piores índices de popularidade da história recente do país. A impopularidade da guerra, combinada a graves problemas internos (como a possibilidade real de uma recessão econômica), aponta para a necessidade de o imperialismo reciclar sua imagem dentro e fora do país.

Os pré-candidatos democratas de Barack Obama e Hillary Clinton estão a serviço deste projeto de dominação imperial. A história já comprovou que o Partido Democrata é tão imperialista quanto o republicano, com seus governos marcados pela guerra do Vietnã, na promoção de ditaduras militares pela América Latina e pela propagação de planos neoliberais e tratados de livre comércio pelo mundo afora. Em suma, apesar das mascaras, Clinton e Obama estão se postulando para servir como representantes do imperialismo norte-americano e manter o sistema de opressão e dominação dos povos.