O mais grave acidente do metrô de São Paulo é resultado direto do sucateamento e da política de privatização do transporte público, levados a cabo pelo governo do PSDB. É o que explica o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior.

“Os sucessivos governos do PSDB no estado de São Paulo não investem no sistema. São 20 anos de falta de investimento no metrô e na CPTM. É preciso contratar mais funcionários, modernizar os equipamentos e aumentar a malha. Não houve falha humana e sim do sistema”, afirma.

O acidente, ocorrido no dia 16 de maio, deixou mais de 40 passageiros feridos. A maioria sofreu lesões devido à superlotação dos trens de um das linhas mais movimentada de São Paulo.

No entanto, acidente, apesar de inédito, não é um fato isolado. O sindicato da categoria já alertava sobre as diversas panes e falhas no sistema, que nem sempre são divulgadas pela empresa e o governo tucano. Na CPTM (trens metropolitanos) acidentes são frequentes. No ano passado, mesmo houve cinco mortes por atropelamento de trabalhadores em pleno expediente.

O acidente do metrô poderia ter sido bem pior. “Não fosse a atuação do operador de trem, que ao perceber a falha do sistema aplicou a emergência, o acidente poderia ter sido mais grave. Se esse acidente tivesse ocorrido na Linha 4-Amarela, que é privatizada e onde os trens não têm operador, as consequências poderiam ser ainda piores”, afirma Altino.

A superlotação do metrô e trens, a falta de funcionários, as más condições de trabalho, os ataques aos direitos, o arrocho salarial, o alto preço da tarifa e a falta de segurança só tem uma saída: a unificação da mobilização dos metroviários e ferroviários pelo país, com o apoio da população, apontando um projeto de investimento público no transporte público estatal, para garantir expansão com qualidade, redução da tarifa, aumento geral dos salários e melhores condições de trabalho.