SP: PM agride morador da Brasilândia com “voadora”

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PSTU-SP

Violência policial: a “abordagem padrão” na Brasilândia

Professora Flavia Bischain

As imagens são nítidas. Um policial sai correndo e dá uma voadora em um morador da Brasilândia, Zona Norte de São Paulo, depois de uma ocorrência por música alta, no último sábado (18). Uma voadora! O policial não trocou uma palavra com ele, não sabia seu nome ou seu documento, não sabia nada, apenas correu e lhe deu uma voadora. E fez o mesmo com outra pessoa que estava no local.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, essa foi uma “abordagem padrão”. De fato, o “padrão” da abordagem policial na periferia é a violência, o racismo e o autoritarismo. O papel da PM não é e nunca foi nos proteger, mas impor a violência do Estado contra nós,  nos humilhar pra “mostrar quem é que manda”.

E não, não é contra bandido. É contra qualquer um de nós. Foi o que a GCM (Guarda Civil Metropolitana) fez com o carteiro Marcos Ambrosio, negro e também morador da Brasilândia, em uma abordagem no centro. Disseram que ele estava em “local suspeito”. Mas como lembrou o carteiro, qual é o local de São Paulo que está livre dos problemas sociais, dos problemas de violência ou de saúde pública, como as drogas? Isso nos torna sempre suspeitos? A menos que andemos nos Jardins (ali sim a abordagem é bem diferente, como lembrou o comandante da rota, Ricardo Augusto em 2017).

E não venham me dizer que são policiais despreparados. Não é despreparo! Ilusão, talvez. Se sentem tão poderosos enquanto arriscam a própria pele para proteger uma classe (burguesa) da qual sequer fazem parte.

A violência policial na periferia é tratada como política de segurança pública, vejam só! Trata-se. na verdade. de uma política de violência e até de extermínio da juventude negra e periférica.

Como se fosse pouco, o “pacote da impunidade policial” de Sérgio Moro quer autorizar o agente a matar sob qualquer desculpa, garantindo-lhe impunidade. A violência contra os pobres e negros nas periferias têm se generalizado assustadoramente nos governos de Bolsonaro,  Doria, Witzel e aliados. Eles defendem abertamente e sem nenhum escrúpulo o que a burguesia e seus aparatos armados já praticam desde sempre, com a conivência dos mais variados governos. Sob os mandatos do PT, por exemplo, a população carcerária, composta principalmente de homens negros, chegou à triste marca de quarta maior do mundo.

O capitalismo impõe uma verdadeira guerra social contra os de baixo, e a violência estatal é ingrediente fundamental dessa batalha contra nós.

O Estado que nos trata indiscriminadamente como “bandidos”, que deu 80 tiros “por engano” na família do trabalhador Evaldo Rosa no Rio de Janeiro, matando também o catador de sucata Luciano Almeida, é o mesmo que não se confunde ao proteger milionários sonegadores de impostos, empresas que desrespeitam os direitos dos trabalhadores, políticos corruptos que raramente são presos (e quando são, não lhes faltam privilégios).

Sob esse Estado, violento com o pobre e servil ao burguês, nossa vida nunca terá paz e segurança. Por isso precisamos de uma revolução socialista que acabe de vez com o capitalismo opressor e violento!

Pela apuração imediata dos responsáveis pela agressão! Eles devem responder por seu crime!

Pela desmilitarização da PM racista e violenta!

Não ao pacote da impunidade policial de Sérgio Moro!

Abaixo a política de genocídio promovida por Bolsonaro, Doria e Witzel!