Vídeo mostra PM agredindo usuários do metrô em São PauloNo último dia 18, trabalhadores que aguardavam para entrar no metrô foram surpreendidos por uma falha do sistema. Mas dessa vez, além do caos e da superlotação, eles também foram agredidos pela polícia.

Um vídeo no Youtube (veja abaixo) mostra toda a agressão. O tumulto foi na estação Itaquera, linha vermelha do metrô, localizada em um dos maiores bairros da Zona Leste. Cansados com mais uma falha do sistema, trabalhadores iniciam um pequeno protesto e acabam quebrando uma lâmpada. Imediatamente, a polícia militar entra em ação e sai agredindo indiscriminadamente a população. Tiros e bombas também foram disparados pelos policiais.

A situação de caos no metrô em São Paulo já é uma triste rotina. No final do ano passado, uma nota do Sindicato dos Metroviários já alertava sobre a superlotação, falhas e panes, responsabilizando o governo do estado pela falta de manutenção e defendendo um metrô público, estatal e de qualidade (leia nota abaixo).

Em carta ao governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB), o presidente do sindicato, Altino de Melo Prazeres Júnior, já alertava sobre essa realidade: “Estes problemas, pelo que tudo indica, voltarão a ocorrer e num grau maior em 2011: a malha ainda é muita pequena para o porte da cidade, a superlotação, a concentração na Sé sem outras alternativas de deslocamentos (…). Some-se a isso o sistema CBTC, a mudança na filosofia da manutenção preventiva, a nova realidade do Metrô, que se aproxima dos 4 milhões de usuários por dia, e suas consequências, a falta de funcionários e exorbitante quantidade de hora-extra, a expansão sem um planejamento mais estratégico”.

Veja o vídeo

Leia a carta do sindicato dos metroviários sobre as constantes falhas no metrô

“A falta do devido investimento em transporte público de massa durante décadas é a principal causa da superlotação e do caos vivido pelos cidadãos diariamente.
Metrópoles como Londres e Nova Iorque têm a malha metroviária com mais de 400 quilômetros de extensão. São Paulo não chega a 70 quilômetros.

É preciso acabar com investimentos pautados pelos períodos eleitorais, que só servem de propaganda, mas não resolvem o problema da população.

Por isso, os metroviários convidam todos a participar da luta por mais metrô público, com qualidade e estatal; com planejamento e investimentos que visem o benefício da
população, e não o lucro do setor privado.

Plataformas superlotadas; trens circulando com velocidade reduzida e maior tempo de parada; escadas rolantes desligadas; estações fechadas e outras falhas transformaram-se na triste rotina dos usuários do Metrô. Nas recentes ocorrências (10/12 e 16/12), falhas em equipamentos de via causaram horas de transtornos para milhões de pessoas. Na Linha 3 o tempo de viagem triplicou, e na Linha 1 as estações entre São Judas e Jabaquara ficaram fechadas durante 2 horas”