Assembleia de metroviários que decretou greve. Foto Sindicato dos Metroviários
Redação

A luta dos metroviários de São Paulo, que protagonizam uma forte greve nessa quinta-feira, 18, fez a Justiça suspender, em caráter liminar, a privatização das linhas 5 e 17 que ocorreria nesta sexta-feira.

Um dos argumentos dos metroviários para a liminar, protocolada pelos vereadores Sâmia Bomfim e Toninho Vespoli (PSOL) e concedida pelo juiz Adriano Marcos Laroca, da 12ª vara da Fazenda Pública, é a diferença entre o lucro garantido pelo contrato, de mais de R$ 10 bilhões e o lance mínimo para a concessão das linhas, de apenas R$ 189 milhões. Outro argumento é que a remuneração da empresa ganhadora seja garantida pelo governo, o que, nas palavras do próprio juiz, “basicamente, pode-se dizer que se trata de uma privatização custeada com recursos públicos“.

Os metroviários denunciam ainda o direcionamento da licitação em favor da empresa CCR. “A unidade e disposição de luta foram determinantes para garantir um movimento que deixou a empresa e o governo acuados, tentando explicar o favorecimento à CCR e empreiteiras“, divulgou em nota o sindicato.

Além da privatização, a greve dos metroviários denuncia as recentes demissões realizadas pela direção da empresa, assim como o processo de terceirização das bilheterias e o aumento das passagens, parte do processo de privatização.

Greve forte
A greve dos metroviários de São Paulo começou forte já no início da manhã desta quinta, com as estações fechadas e uma adesão superior a 90% da categoria.  Mais uma vez, a direção do metrô colocou a segurança da população em risco ao mandar supervisores para operarem alguns trechos, mesmo sem treinamento para a função.

A população, apesar da campanha massiva do governo e da mídia, apoiam a greve ao conhecer seus motivos. “A política de privatização não atinge somente os metroviários que terão o trabalho precarizado, mas principalmente a população que terá um serviço de pior qualidade“, afirma o operador de trens Altino Melo (leia matéria da CSP-Conlutas aqui).

Ato público
Diante da possibilidade de a liminar cair a qualquer momento, o Sindicato dos Metroviários mantém a convocação de um ato público para esta sexta-feira, às 9h, em frente à Bolsa de Valores de São Paulo.