O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciaram o aumento da passagem do transporte público de R$ 3,50 para R$ 3,80.

A prefeitura e o governo do estado novamente divulgaram o aumento nas passagens em um final do ano apostando na dificuldade de mobilizar a população neste período. E mantiveram as concessões parciais do passe estudantil, conquistas que são fruto das mobilizações que ocorrem desde junho de 2013. Também não terá aumento do bilhete único mensal, semanal ou diário, por medo de se repetirem as grandes mobilizações e com a intenção de dividir e dificultá-las.

Somos contra o aumento das passagens de ônibus, metrô e ferrovia.

Defendemos a redução da tarifa rumo à tarifa zero para todos, a estatização do transporte coletivo sob controle dos trabalhadores, mais investimentos em metrô, trens e ônibus, e que o transporte seja uma das prioridades. Este investimento terá que ser feito com o dinheiro dos grandes empresários que são os que mais se beneficiam com o transporte dos trabalhadores.

O transporte é um direito da população, principalmente a mais carente, e não uma mercadoria para garantir aos empresários grandes lucros prejudicando milhões de pessoas na cidade.

Por isso lutamos para que o passe-livre seja para todos os estudantes e também para os desempregados, sem limite de viagens. Além disso, exigimos fim do aumento da passagem e redução da tarifa rumo à tarifa zero.

Não tem arrego: Fora com todos eles!
As mobilizações de massa em São Paulo barraram o aumento da tarifa em 2013, e em 2015 a ocupação de mais de 200 escolas, com amplo apoio popular, derrotou a proposta de reorganização das escolas de Alckmin e derrubou o Secretário da Educação.

Eles recuaram diante das passeatas e ocupações. Agora, tentam aumentar a passagem, mas podemos derrotá-los novamente.

Os aumentos das passagens se somam às demais medidas tomadas pelo governo federal para jogar a crise nas costas dos trabalhadores. Medidas como o aumento das tarifas (luz, água, etc.); as demissões e o desemprego; os cortes de verbas na saúde e na educação e a anunciada reforma da Previdência.

Diante disso, um setor dos patrões representados por Aécio Neves (PSDB), Michel Temer e Eduardo Cunha (PMDB), aliados a dirigentes sindicais ligados ao Paulinho da Força, estão indo nas ruas pedir impeachment. Outro setor, representado pela CUT, PT, MST, MTST estão pelo “Fica Dilma”. Mas a verdade é que, na prática, todos defendem o mesmo plano econômico, como Haddad e Alckmin.

Esta aliança espúria entre o prefeito do PT e o governador do PSDB é uma demonstração em nossa cidade das bandalheiras que existem a nível nacional com os acordos do PT com PMDB e PSDB, mostrando que Dilma, Cunha, Temer e Aécio governam para os empresários, são financiados por eles, por isso são farinha do mesmo saco e devem ser colocados para fora de seus cargos públicos.

Defendemos um governo dos trabalhadores, sem burgueses e sem corruptos, formado por conselhos populares eleitos pelos trabalhadores pela base. A ocupação das escolas demonstrou que é possível construir uma democracia operária, de base, direta, diferente dessa democracia dos ricos.

Estatização dos transportes sob o controle dos trabalhadores e da população
Defendemos a estatização do transporte sob o controle dos trabalhadores e da população. Queremos a volta da CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos), uma empresa estatal de ônibus que atenda as necessidades da população e não os interesses privados que só almejam mais e mais lucros. Com isso podemos garantir mais ônibus na periferia, com mais conforto, ar-condicionado, o que não ocorre hoje com os ônibus superlotados, em péssimas condições, com intervalos muito grandes e que não atendem vários bairros da periferia.

A estatização também tem que ocorrer na linha 4 do metrô, hoje cedida a um consórcio privado.

Contra a privatização do Metrô
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) aproveitou a lei das famigeradas PPP’s (parceria público-privada), do governo Lula, e deu início à privatização do metrô através de concessão da Linha 4 por 30 anos. Em 2015, o governador Alckmin anunciou que pretende passar a operação da linha 5-Lilás do Metrô para a iniciativa privada. Esta linha opera na Zona Sul da capital com sete estações entre Capão Redondo e Adolfo Pinheiro. Estão em andamento obras de mais dez estações e que conectará a linha 5-Lilás com a 2-Verde na altura da estação Chácara Klabin.

Nos últimos anos foi revelada uma série de denúncias de formação de carteis e corrupção envolvendo políticos do PSDB e empresas como Alstom e Siemens.  A corrupção, superfaturamento e roubalheira com o dinheiro público é a marca registrada do governo do PSDB em São Paulo, assim como o PT e o PMDB no governo federal.

Queremos que todos os corruptos e corruptores sejam presos e que todo dinheiro roubado seja devolvido e que se confisque os bens de todas as empresas corruptoras. Os trabalhadores do Metrô, junto com representantes da população, é que devem controlar a empresa, sua prestação de serviço e o preço de sua passagem. Não como ocorre hoje, permitindo que os cartéis do transporte comandados pelas grandes multinacionais mandem no transporte público.

Pela readmissão dos metroviários
Ainda temos 38 trabalhadores do Metrô demitidos desde a última greve. Precisamos agora intensificar a luta por sua readmissão. O Sindicato dos Metroviários está organizando manifestações, mobilizações, buscando o mais amplo apoio na sociedade pela readmissão dos metroviários já!

Em defesa dos cobradores
O prefeito Haddad continua insistindo em acabar com os cobradores de ônibus em São Paulo, podendo gerar a demissão de 24 mil trabalhadores, apunhalando pelas costas uma das categorias que possivelmente mais o apoiou. Haddad, inclusive, está na Justiça tentando ganhar no tapetão e acabar com esta função.

O cobrador de ônibus é necessário porque o motorista tem que ter um único foco: dirigir o ônibus ainda mais numa cidade como São Paulo. O cobrador, além da função de cobrar e fiscalizar a passagem, a entrada e saída dos usuários, serve de agente de informações, auxilia os passageiros com deficiências físicas e outras coisas mais. Por isso é indispensável.

Defender o cobrador de ônibus é uma tarefa de todos os trabalhadores, estudantes, desempregados, familiares.

Unificar as lutas da classe trabalhadora
O PSTU participará das manifestações marcadas, como a do dia 8 de janeiro. Propomos a formação de fóruns democráticos e de luta contra o aumento da passagem, pela ampliação do passe-livre, em defesa dos cobradores, pela estatização dos transportes sob o controle dos trabalhadores e pela readmissão dos metroviários. Um comando de mobilização democrático.

Mas, além disso, todos os setores dispostos a ir luta contra os planos do governo Dilma devem trabalhar para unificar as lutas e propor e organizar uma Greve Geral. É preciso unificar quem está lutando. Neste sentido, chamamos a participarem das reuniões do Espaço Unidade de Ação e ajudar a construir uma alternativa de luta, unitária, independente da oposição de direita e do governo.

Direção Municipal do PSTU de São Paulo, 5 de janeiro de 2016