O Centro Santos Dias de Direitos Humanos apresentou denúncia junto a Procuradoria Geral de Justiça do Estado contra o Grupo de Repressão e Análise de Delitos de Intolerância (GRADI) da Polícia Militar e o Secretário da Segurança, Saulo de Abreu.
Isso ocorreu porque em 5 de março de 2002, no pedágio próximo a Sorocaba, em uma operação aclamada como a “hora da virada”, a polícia paulista matou doze supostos bandidos que estavam se dirigindo ao aeroporto onde iriam assaltar um avião carregado de dinheiro.
O Centro Santos Dias e a Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP investigaram o ocorrido e chegaram a conclusão que o episódio foi uma encenação. Segundo a investigação, o GRADI libertou sentenciados ilegalmente, realizou infiltrações e localizou criminosos evadidos da prisão. Em vez de prendê-los, ajudou a organizar o “assalto” ao imaginário avião e executou todos os membros do suposto bando.
O Tribunal de Justiça afastou os juízes que decretaram a soltura dos detentos. A Polícia Militar encerrou sumariamente o inquérito. As entidades de Direitos Humanos, como o Tortura Nunca Mais, acusam este agrupamento de funcionar também como polícia política, infiltrando-se em movimentos sociais e estudantis e mantendo fichas de 800 ativistas.
A partir destas denúncias o advogado e presidente da Comissão de Direitos Humanos, João José Sady passou a sofrer uma campanha de difamação dos setores mais reacionários da imprensa, além de intimidações de setores do aparato policial. Como no ato convocado para exigir a apuração das denúncias, no último dia 20 na Assembléia Legislativa, literalmente ocupada por mais 300 delegados de polícia, que impediram a manifestação no local.
O movimento social se solidariza com o presidente da OAB e exige o imediato afastamento do Secretário de Segurança Saulo de Castro Abreu Filho, para assegurar a isenção nas investigações das denúncias contra o GRADI.
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