Desde o dia 22, a empresa Inox está sob controle dos trabalhadores, que não vão aceitar serem prejudicados por briga familiar

Os funcionários da Inox foram impedidos de entrar na fábrica nesta quarta-feira, dia 28, após o juiz Otávio Tioti Tokuda, da 3ª Vara civil de Jacareí, conceder uma liminar devolvendo a administração da empresa a um de seus herdeiros, Eduardo Zinezi.

A fábrica estava sob controle dos trabalhadores desde o dia 23, por decisão do Ministério Público do Trabalho.

Homens da Polícia Militar chegaram à fábrica durante a madrugada e, sob ordem de Eduardo Zinezi, barraram a entrada de todos os trabalhadores. A atitude não tem respaldo legal, já que a liminar não prevê proibição de acesso dos funcionários.

“Esta foi uma atitude arbitrária. O Sindicato e os trabalhadores não aceitarão esta afronta. Vamos definir uma estratégia para reverter este quadro o quanto antes”, afirma o diretor José Gonçalves Mendonça.

Após a saída da PM, a empresa acionou seguranças particulares para continuar com o bloqueio.

Disputa e dívida trabalhista
A Inox está passando por uma acirrada disputa familiar, em que os filhos questionam a capacidade administrativa de Waldemar Zinezi, o proprietário da fábrica.

A empresa metalúrgica, que tem cerca de 95 trabalhadores, também possui uma grande dívida trabalhista. A Inox não pagou o 13º salário, nem os salários de dezembro e janeiro. FGTS e INSS também não são pagos há vários meses.

Além disso, a empresa suspendeu o convênio médico dos trabalhadores, não distribui cesta básica há sete meses e não fornece vale-transporte há dois meses. Nesse período, a Inox vinha sendo administrada por Eduardo Zinezi, filho do proprietário Waldemar Zinezi.

Após 14 dias de greve, iniciada no dia 9 de janeiro, o Ministério Público do Trabalho havia determinado, no dia 22, que a empresa seria administrada por uma comissão de sete funcionários até que a dívida fosse totalmente quitada.

“Os trabalhadores não ficarão no centro desta guerra familiar. Esta é uma questão trabalhista que já foi resolvida pelo Ministério Público. Se a empresa persistir com essa imposição, nós vamos para a mobilização”, afirma Mendonça.

Mais informações:
José Mendonça – (12) 9176-3629
Depto. Comunicação – (12) 3946-5310