`FotoNo dia 17 de maio, no Sindicato dos Químicos de São Paulo, realizou-se a Conferência de Socialistas, que reuniu mais de 180 militantes de vários partidos e movimentos.

O descontentamento com os rumos do PT e do governo Lula e a necessidade de avançar na discussão sobre que rumos a esquerda brasileira deve tomar foi o centro de todas as intervenções.

O encontro decidiu: realizar uma Conferência Nacional em dois meses; levar essa discussão para outras cidades e estados; fortalecer a luta do movimento social contra medidas do governo, do FMI e contra a Alca; enviar uma moção de apoio aos companheiros que estão sendo ameaçados de expulsão pela direção do PT.
Ao final, foi aprovada por unanimidade uma “Carta de Militantes Socialistas aos Brasileiros”



DEPOIMENTOS

“O encontro reuniu um conjunto expressivo de companheiros que crêem na libertação da classe trabalhadora e no socialismo. O novo governo segue na senda neoliberal e se propõe realizar as “reformas” que a burguesia e seus representantes não conseguiram. Inclusive, ameaçando lideranças do próprio partido que apenas exigem coerência e fidelidade programática.
Nesse quadro, que vem provocando um brutal mal estar e inquietações, temos a responsabilidade de construir um movimento que permita à classe trabalhadora derrotar o neoliberalismo e resgatar o projeto do socialismo. A reunião do dia 17 representa um primeiro e importante passo nessa direção.“

Antonio Luiz Andrade (Tato) Diretor do ANDES-SN

“Foi um primeiro momento, organizado, de rebeldia de parte das bases do PT e outros movimentos de luta, em relação à política de aprofundamento do neoliberalismo herdado da era FHC. Outros momentos deverão ocorrer, por diversas iniciativas. O mais importante é fazer repercutir as decisões da Conferência, organizar encontros regionais para discussões sobre o momento que estamos experimentando e avançar o movimento de luta dos trabalhadores.”
Albertão, vereador PT Guarulhos

“A Conferência de Socialistas atingiu seu objetivo. Convocada para criar um primeiro espaço coletivo de avaliação dos rumos da política brasileira, agora na era Lula, (..) o encontro reuniu companheiros de vários partidos e movimentos que não tiveram problemas para expor suas preocupações com os rumos do governo e o futuro para o povo brasileiro. Unanimemente, a compreensão dos presentes é que há um desvio de rumos na política do PT no governo; que essa política aprofunda o modelo neoliberal; que as reformas se dão contra os interesses dos trabalhadores e do povo, favorecendo o capital e levando o país para um neocolonialismo inaceitável. Uma constatação – talvez a mais importante do encontro – é que se trata de uma política que marcha na contra-mão das esperanças do povo, pois este votou por profundas mudanças estruturais (..) Não havendo mudanças na política econômica deste governo, implicará que ele, apoiado pela corrente majoritária do PT, terá se rendido ao “canto da sereia” do capital, renunciando ao seu compromisso histórico de construir um país onde a justiça social seja o seu principal pilar de sustentação(…).”
Waldemar Rossi, da Pastoral Operária

“Representou uma importante iniciativa para o início da construção de uma nova alternativa política. Há algum tempo o cenário político brasileiro já estava exigindo a sua construção. Com a eleição de Lula, em quem muitos ainda acreditaram e trabalharam com a expectativa de que a esperança vencesse o medo, a situação se agravou. Como já demonstravam os documentos de campanha e os compromissos assumidos com o BIRD-FMI, o atual governo e o PT, com uma velocidade assustadora, vem repetindo e aprofundando a política de FHC. Assim, a construção de uma alternativa política que tenha no horizonte a busca do socialismo e os interesses da nação brasileira é fundamental para que as transformações esperadas pelo povo tenham alguma possibilidade de serem concretizadas. Cabe agora a todos os que acreditam que o sonho ainda não acabou a tarefa de torná-lo realidade.”
José Domingues de Godoi Filho, diretor do ANDES-SN

“A Conferência foi muito positiva. A tarefa de todos, agora, é dar divulgação à carta e preparar uma grande Conferência Nacional.”
Zé Maria, da Executiva da CUT e do PSTU
Post author André Valuche,
da redação
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