Redação

Entre os dias 13 e 15 de julho, se realizou no Rio de Janeiro a reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas em que a direção do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) anunciou a saída da Central, baseada em injustas acusações ao PSTU. O partido lamenta a saída do MTST da CSP-Conlutas e manifesta total desacordo com suas alegações.

Causou-nos surpresa a saída dos companheiros da CSP-Conlutas, visto que, apesar de diversas diferenças, havia pelo menos um grande acordo na necessidade da construção de uma central que fosse um instrumento que unificasse a luta do movimento sindical e popular. O anúncio do MTST não se justifica e causa estranheza por, em nome da unidade, sair da central que é a única e inédita experiência em nosso país de uma organização de massas, uma frente única, que se propõe a unir o movimento sindical e o movimento popular, além do movimento estudantil e movimentos de lutas contra as opressões.

As alegações em relação ao PSTU não procedem. Nos últimos anos, o PSTU deu uma enorme batalha no movimento na defesa da unidade e integração do movimento sindical e popular e, dessa forma, abandonou a cômoda posição defendida pela maioria da esquerda de constituir meramente uma nova central sindical. Desta forma, o PSTU se orgulha de, junto com outras organizações, apoiar a fundação da CSP-Conlutas.
Neste marco, o PSTU apoiou e estimulou os movimentos populares, em particular o MTST, com quem nossos militantes sempre mantiveram relações leais, fraternas e de absoluta colaboração tanto nas lutas como em seu desenvolvimento e estruturação em diversos estados.

Da mesma maneira que apoiamos o MTST, o PSTU apóia outros movimentos populares, tais como: MUST Pinheirinho, Quilombo Urbano, Ocupação São Remo, Luta Popular etc. O partido entende que a CSP-Conlutas, enquanto uma entidade plural, deve estar aberta e abrigar todos os movimentos de luta dos trabalhadores e do povo.

A luta em defesa do Pinheirinho, a luta popular de maior impacto no país nos últimos anos, protagonizada pelo MUST Pinheirinho e a CSP-Conlutas, já é um resultado do avanço na integração dos movimentos sindical e popular, que abriu um novo momento na resistência à “contrarreforma urbana” e desencadeou um processo de reorganização do movimento popular urbano no Brasil no qual a CSP-Conlutas é um ponto de referência nacional.

O processo do Pinheirinho fortaleceu e aproximou vários movimentos populares da CSP-Conlutas. Assim, além do MTST, outros movimentos de luta por moradia passaram a se alinhar com a central potencializando ainda mais seu caráter e ampliando de forma legítima a participação desses movimentos, que também são parceiros na luta contra os governos e o Capital.

Reconhecer o papel e legitimidade do MTST não pode representar a exclusão de outros movimentos populares, sob o risco de cair no “hegemonismo” que o MTST tanto critica. O MTST não detém o monopólio de representação do movimento popular.

A CSP-Conlutas, enquanto uma central sindical e popular, um organismo de frente única, se construiu baseada no método da democracia operária, em que a base decide e não as tendências, através de acordos de cúpula. Por isso, e por protagonizar uma série de enfrentamentos contra os ataques dos governos e dos patrões, a CSP-Conlutas se constitui na mais importante ferramenta de luta e alternativa às centrais governistas, e deve ser defendida e apoiada por todos aqueles que queiram dar um combate consequente por uma alternativa operária e socialista.

Diante disso, o PSTU lamenta a decisão do MTST, chama os companheiros a reverem suas posições e reafirma sua defesa da construção da CSP-Conlutas como uma entidade plural, baseada na democracia operária.
Post author PSTU NACIONAL
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