Depois de passar por duas organizações de esquerda ? PSOL e Espaço Socialista ?, militante socialista decide fazer parte das fileiras do PSTU. Seja bem vindo, camarada Rodrigo!O movimento da luta de classes é dinâmico. Momentos de aparente calmaria, podem, em poucos dias, dar lugar a meteóricas transformações. Estar preparado é fundamental.

A crise financeira/produtiva que se deflagrou no mundo em 2008, revelou notadamente à Europa e norte da África, que o silêncio pode (e deve) ser rompido. O estudante que pensava em se formar e arrumar um bom trabalho, agora entrou na fila das estatísticas do desemprego em Portugal, Espanha, Grécia, Grã-Bretanha etc. O trabalhador que cansado, sonhava com sua aposentadoria, agora engole o gosto amargo das novas e sombrias regras da austeridade por quase toda a Europa.

A juventude que parecia não ter mais força durante tantas décadas, se uniu a milhares de trabalhadores para varrer ditaduras históricas na primavera Árabe.

A Europa volta a ser palco de grandes lutas, com estudantes e trabalhadores batalhando a vida nas ruas.

A pergunta é: o que temos com isso?

Acredito que tudo! Minha entrada no PSTU/LIT-QI é fruto da conjuntura nacional e internacional.

Estar ou não, nessa ou naquela organização, não pode ser um ato de mera vontade individual, mas deve partir da realidade e da compreensão das tarefas que esta nos impõe. Devemos entender o grau de avanço das lutas no mundo, compreender o que podemos e devemos construir. Mas também, como devemos construir e pra onde a construção deve apontar, sob o risco de construirmos castelos de areia tão frágeis que a mais branda maré é capaz de destruir.

O PSTU hoje é a organização que tem respondido as necessidades históricas com mais precisão. Não porque tem militantes geniais, ou porque deu sorte, mas por ter se construído sob as bases do marxismo e por ter assimilado bem as lições fruto de batalhas incontáveis vividas ao longo de seus quase 20 anos de luta.

O partido internacional que ajuda a construir (LIT-QI) tem mostrado seriedade e qualidade em sua contribuição com as lutas na Europa e sua importante contribuição na construção do 14N é apenas mais uma demonstração disso.

No Brasil, a maior inserção nas lutas estudantis, operárias, movimento popular e, mesmo, a participação mais sólida e coerente e, não menos classista nas eleições, também é expressão do processo de maturação por qual tem passado.

Passei em meu curto período de experiência por outras duas organizações: PSOL e Espaço Socialista.

O primeiro foi meu primeiro contato com a militância organizada sendo muito importante para minha formação, apontando o que deve ser uma organização revolucionária, infelizmente pela negativa. A falta de centralização partidária, de bases teóricas mais sólidas e de uma forte tendência à adaptação ao sistema burguês de democracia, rapidamente me afastaram de seus quadros. Isso, porém, não significa que neste partido não tenha conhecido muitos quadros de luta sérios e compromissados, os quais respeito muito e torço para que rompam com os limites do PSOL e tenham mais liberdade para fazer a revolução.

Após alguns anos militando de forma independente no movimento estudantil resolvi fazer nova experiência na militância organizada e o Espaço Socialista me recebeu em seus quadros.

Passei cerca de dois anos nesta organização, muito menor que o PSOL, mas com muito mais seriedade e qualidade em suas proposições de luta. Neste período conheci camaradas importantes e participei de discussões muito interessantes, mas, a falta de bases teóricas sólidas, centralização, formação de quadros e de organização partidária de fato, foram rapidamente se apresentando como um grave e crônico problema na organização. Quase rompi com a organização em 2011, porém fui convencido a tentar uma batalha interna na busca por construir uma organização partidária mais sólida. Infelizmente nem cheguei perto. Em partes por minhas próprias debilidades, mas muito, por me encontrar numa organização imediatista e pouco audaciosa, que por falta de acumulo e precisão analítica não consegue romper com os limites do movimentismo e autonomismo para se construir enquanto partido marxista de fato, ou seja, enquanto partido revolucionário.

Organizações assim não respondem à altura dos desafios impostos pela conjuntura atual.

Diferente disso encontrei no PSTU/LIT-QI um organismo partidário sólido, centralizado democraticamente, dinâmico e atento (por estar de fato próximo) às necessidades de operários e estudantes do Brasil e do mundo.

Uma organização que erra e assimila seus erros de forma marxista e que por isso têm dado saltos qualitativos visíveis, mesmo àqueles que voluntariamente lançam-se à cegueira total.

Não é, portanto, um partido pronto, acabado, perfeito, pois do contrário a revolução já teria acontecido ou estaria dobrando a esquina, mas é justamente isso que me leva hoje a seus quadros. Temos que assumir a responsabilidade de contribuir para a construção do partido revolucionário. Todo militante de vanguarda deve caminhar para isso. Contribuir para a construção do PSTU e sobretudo o partido internacional que compõe – LIT-QI – é hoje, contribuir para a construção da revolução, por ser o partido mais avançado. Negar-se a tarefa tão importante como esta é pura cegueira ou oportunismo, ou ainda, a combinação destes dois elementos.

Sinto-me muito feliz por tomar esta decisão e determinado a construir este partido até o dia “d” que abrirá caminho para emancipação de nossa classe e de toda a humanidade.

Rodrigo Monteiro (Fogo),
5 de março de 2013, São Bernardo do Campo, SP