A Alca atenta contra a já raquítica soberania dos países latino-americanos, pois permite a livre circulação de mercadorias e investimentos de qualquer empresa norte-americana no continente, até mesmo para o acesso às compras e serviços dos contratos governamentais dos governos federal, estadual e municipal, a exemplo das obras da construção civil, da Saúde ou da Educação. Além disso, retira do país o poder de decisão. A resolução de disputas comerciais e jurídicas seria feita no Comitê de Negociações Comerciais e no Comitê de Solução de Controvérsias.

Outra proposta nociva coloca em jogo a propriedade do conhecimento e da criação, através das leis de propriedade intelectual. Tecnologias, marcas, direitos autorais, descobertas científicas, fórmulas medicinais etc., seriam apropriadas por grandes empresas, via registro das patentes. Isso já foi feito com o cupuaçu, fruta da região norte do Brasil, que não pode ser comercializada normalmente por empresas brasileiras pois sua patente pertence a uma empresa do Japão.

Se a Alca for implantada, os grandes prejudicados serão os trabalhadores e a grande maioria da população pobre das Américas.

A Alca significa o aprofundamento do projeto neoliberal, mais privatização, fome e desemprego e submissão neocolonial aos EUA.
Post author David Cavalcante, de Recife (PE)
e Mariúcha Fontana, da redação
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