Ficou evidente o real significado da reforma sindical patrocinada pelo governo Lula: abrir caminho para a retirada dos direitos trabalhistas mediante a negociação direta com as centrais governistas.

Não sem razão, a discussão começa a fermentar nas bases das categorias e a preparação da ida dos ativistas ao Encontro Sindical Nacional que acontecerá nos dias 13 e 14 de março, em Brasília, está crescendo em todo país. Mais de 300 sindicatos, muitas oposições sindicais e mais de mil lideranças e ativistas já confirmaram a participação.

Atividades como seminários, campanha de esclarecimento denunciando as reformas junto aos trabalhadores e também campanhas financeiras para garantir o transporte dos participantes estão rolando em todos os cantos do Brasil.
De todos os lados chegam exemplos do esforço dos ativistas e dos sindicatos em construir um grande Encontro Nacional.

A MOVIMENTAÇÃO NOS ESTADOS

  • Amapá
    Sindicatos rodaram mais de 10 mil adesivos, espalharam faixas pela cidade e organizaram um bingo – que não é do Waldomiro e Cachoeirinha – para garantir a presença dos ativistas e lideranças de nove sindicatos.

  • Rio de Janeiro
    O Sindsprev aprovou o envio de três ônibus. Na assembléia dos trabalhadores das universidades estaduais foi aprovada a participação da categoria. Sindicatos importantes como o Sepe, Sintufrj, Adufrj, Sindscope, entre outros, aprovaram o envio de delegações.

  • Minas Gerais
    Além dos metalúrgicos de todo o estado, que já confirmaram presença em peso, é grande a adesão de outras categorias. A professora Maria da Conceição Oliveira, militante do PSTU e da direção do sindicato dos trabalhadores do ensino na rede municipal, nos conta a movimentação na categoria:

    “Propusemos à categoria, após discutir na direção do Sindicato, que entre os eixos da nossa campanha salarial constasse a luta contra as reformas e, nesse momento em particular, a luta contra a reforma sindical. A proposta foi aprovada no Conselho de Representantes e também na assembléia geral da categoria, da qual participaram mais de 800 trabalhadores. Devemos levar um ônibus com representantes da categoria para o Encontro de Brasília.” Ela informa que os companheiros da Democracia Socialista, do PT, que fazem parte da direção do sindicato, comparecerão ao Encontro.

    Entre as correntes cutistas, os companheiros que compuseram o campo denominado “Fortalecer a CUT”, no último congresso da central, assumiram a convocação do Encontro.

    Mas o descontentamento com a reforma atinge também as bases de outras centrais. Por iniciativa da Federação dos Rodoviários de Minas Gerais, que já havia aderido à convocação do Encontro de Brasília, realizou-se uma plenária no dia 2 de março, da qual participaram, além dos sindicatos ligados à Federação (cerca de 30 entidades), setores dissidentes da CGT, representantes da UNS (União Nacional Sindical), do Sindicato dos Comerciários de Belo Horizonte e da Federação dos Bancários.
    Por unanimidade foi aprovado encampar a luta contra a reforma sindical e organizar a ida de representantes ao Encontro de Brasília.

  • Rio Grande do Norte
    A Coordenação Estadual de Lutas (a Celutas, como é conhecida) aderiu. A Celutas reúne, desde a greve contra a reforma da previdência, todos os sindicatos não apenas do funcionalismo, mas combativos.

  • Ceará
    Também no Ceará, a mobilização é grande, com a adesão não apenas dos sindicatos da construção civil e do funcionalismo federal, mas também sindicatos do funcionalismo estadual, o Sindágua e outros.

  • São Paulo
    Terá participação expressiva tanto de lideranças e ativistas da capital, como a participação da Oposição Alternativa da Apeoesp, de diversos sindicatos do funcionalismo federal e vários outros; como também terá expressiva participação da grande São Paulo, com destaque para o ABC e Guarulhos.

    Os municípios do interior também terão forte participação, com destaque para São José dos Campos, Campinas, Bauru, Ribeirão e São Carlos. Ao todo, mais de seis ônibus do estado se dirigirão para Brasília.

    Post author Oraldo Paiva, da Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais/CUT e da direção do PSTU
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