Tempestade político-social, salários baixos e divisões dentro do sindicato levam a uma greve geral na ArgéliaNa Argélia, nove sindicatos livres convocaram uma greve geral no último domingo, 9 de novembro. A greve durará três dias segundo Meziane Mrian, porta-voz da coordenação dos sindicatos livres. Ele também informou a um noticiário que os sindicatos livres não têm intenção de acabar com a greve, apesar da desistência de três sindicatos independentes horas antes de iniciar a paralisação. Meziane acrescentou que o protesto é necessário neste momento para chamar a atenção dos responsáveis que não fizeram nada, apesar da tempestade social na Argélia há mais de um ano.

Os dirigentes sindicais têm buscado uma escalada de greves para obrigar o poder executivo ao pagamento dos salários não-pagos e exigir o aumento que foi determinado e entrou em vigor em janeiro de 2008. Eles também exigem melhores condições para os trabalhadores no setor da educação, saúde e funcionários públicos. A luta tem como objetivo unir todos os sindicatos em nível nacional contra o governo.

O porta-voz da coordenação dos sindicatos dos funcionários públicos disse que o único responsável por esta situação, é “a falta de boa-fé por parte das autoridades”. A situação na Argélia está péssima. As condições de vida estão cada vez pior, e o governo aumentou os impostos e as taxas que saem dos bolsos da classe de baixa renda. Vale lembrar que o salário na Argélia é três vezes mais baixo do que o salário na Tunísia e no Marrocos.

A situação nacional
O atual movimento foi definido num momento político delicado no país. O presidente argelino Abdelaziz Bouteflika, pretende atenuar as manifestações populares para garantir um clima social ideal para o sucesso político do seu governo. Principalmente porque se aproximam as eleições para a presidência.

A tentativa do governo representada pelo primeiro-ministro Ahmed Ouyahia de abrir diálogo com os sindicatos independentes pró-governo é para evitar qualquer perturbação social, especificamente no início do processo eleitoral. Esta política hoje é recusada pelos sindicatos livres, que prometem aumentar os protestos contra a política do governo. Eles chamam para uma união nacional dos sindicatos num programa político antigoverno pela luta dos trabalhadores.