Os representantes da CONLUTAS realizaram uma atividade nesta quinta, dia 3, na faculdade de Ciências Econômicas de Mar Del Plata, na Argentina, onde estão ocorrendo os principais protestos contra a visita de Bush ao país.

O debate abordou o tema do petróleo e do gás, a criminalização dos movimentos sociais e a reorganização do movimento operário da América Latina.

Os palestrantes foram Luiz Carlos Prates, o Mancha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e um dos coordenadores da CONLUTAS, e Dalton dos Santos, geólogo e diretor do Sindicato dos Petroleiros de Sergipe e Alagoas.
Compunham ainda a mesa a ativista argentina Tata, dos docentes de Bahia Blanca, Andrade, dirigente camponês paraguaio e Eliseu, do Sintrajud, de São Paulo.

Compareceram trabalhadores e estudantes do Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia, Canadá, EUA, Colômbia e Cuba. Dalton dos Santos falou sobre a importância estratégica do petróleo para os EUA e afirmou que as reservas petrolíferas estão acabando, o que leva os Estados Unidos, que já não possui petróleo suficiente, a acelerar uma campanha de saqueio deste recurso natural em outros países. Isso é o que está na raiz da guerra do Iraque, bem como nos diversos conflitos existentes na América latina, como na Bolívia.

Dalton, funcionário da Petrobras, também denunciou que a empresa serve aos interesses das multinacionais na América Latina e concluiu afirmando a necessidade da unidade entre os trabalhadores dos diversos países, para enfrentar não só a repressão que já se tornou uma constante ao movimento latino-americano, como também os governos que aplicam os planos neoliberais.

Mancha, de São José dos Campos, disse que os governos não defendem os interesses dos povos de seus países e que na verdade são capachos dos norte-americanos. Para ele, as direções sindicais, na sua maioria, acabam apoiando estes governos e nessa medida se colocando contra a luta dos trabalhadores.

Por isso estão surgindo novas direções que se enfrentam com aqueles que querem travar as mobilizações e a CONLUTAS é parte deste processo de reorganização do movimento sindical na América Latina. Explicou o surgimento da CONLUTAS a partir da falência da CUT enquanto direção verdadeiramente comprometida com os trabalhadores e convocou a todos a participar do CONAT (Congresso Nacional de Trabalhadores), convocado para abril de 2006, em São Paulo.

Aberta a palavra ao plenário, se seguiram varias intervenções que apontaram a necessidade de solidariedade entre os povos da América Latina e do mundo.

Ao final, todos se comprometeram a terem uma participação ativa na marcha contra Bush, convocada para esta sexta em Mar del Plata. Além de diversas organizações sindicais dos países, o evento também teve uma participação ativa dos militantes e partidos da LIT (Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional), como o PSTU.

FONTE: www.sindmetalsjc.org.br

SAIBA MAIS
Leia o artigo `Limitações naturais são corda no pescoço do imperialismo`, de Dalton dos Santos